ATA DA DÉCIMA SESSÃO ORDINÁRIA DA QUARTA SESSÃO
LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA TERCEIRA LEGISLATURA, EM 11-3-2004.
Aos onze dias do mês de março de dois mil e quatro, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi efetuada a segunda chamada, sendo respondida pelos Vereadores Aldacir Oliboni, Ervino Besson, Haroldo de Souza, Isaac Ainhorn, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Maria Celeste, Maristela Maffei, Raul Carrion e Renato Guimarães. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Beto Moesch, Carlos Alberto Garcia, Carlos Pestana, Cassiá Carpes, Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Elias Vidal, João Batista Pirulito, Juarez Pinheiro, Juberlei Bacelo, Luiz Braz, Marcelo Danéris, Margarete Moraes, Nereu D'Avila, Paulinho Ruben Berta, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol, Valdir Caetano e Wilton Araújo. Constatada a existência de quórum, a Senhora Presidenta declarou abertos os trabalhos. À MESA, foram encaminhados: pelo Vereador Beto Moesch, os Pedidos de Providências nos 440, 441, 442 e 452/04 (Processos nos 1267, 1268, 1269 e 1289/04, respectivamente); pelo Vereador Carlos Alberto Garcia, os Pedidos de Providências nos 433, 443, 444, 445, 446, 447 e 454/04 (Processos nos 1237, 1273, 1274, 1276, 1277, 1278 e 1310/04, respectivamente); pelo Vereador Cláudio Sebenelo, o Pedido de Providências nº 407/04 (Processo nº 1200/04); pela Vereadora Clênia Maranhão, o Projeto de Lei do Legislativo nº 025/04 (Processo nº 0353/04); pelo Vereador Elói Guimarães, o Pedido de Providências nº 0417/04 (Processo nº 1210/04); pelo Vereador Haroldo de Souza, os Pedidos de Providências nos 422, 423, 425, 426, 427, 428, 429, 430, 431 e 432/03, 449, 450 e 451/03 (Processos nos 1225, 1227, 1229, 1230, 1231, 1232, 1233, 1234, 1235 e 1236/03, 1280, 1281 e 1282/04, respectivamente); pelo Vereador Isaac Ainhorn, o Pedido de Providências nº 424/04 (Processo nº 1228/04) e o Projeto de Lei do Legislativo nº 043/04 (Processo nº 1004/04); pelo Vereador João Antonio Dib, os Pedidos de Providências nos 420, 421 e 448/04 (Processos nos 1223, 1224 e 1279/04, respectivamente). Do EXPEDIENTE constaram os Ofícios nos 2776, 4142, 4252, 4362, 4368, 5423, 6050, 6052, 6095, 8313, 12085 e 12708/04, do Senhor Reginaldo Muniz Barreto, Diretor-Executivo do Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Isaac Ainhorn cobrou da Prefeitura Municipal o pagamento de valores alimentícios a que têm direito funcionários públicos aposentados, conforme ações judiciais já transitadas em julgado. Sobre o assunto, informou que solicitará, por meio da Comissão de Economia, Finanças, Orçamento e do MERCOSUL, o envio à Casa de relação dos precatórios que não estão sendo devidamente cumpridos pelo Poder Executivo de Porto Alegre. A seguir, foi apregoado Requerimento do Vereador Sebastião Melo, solicitando Licença para Tratamento de Saúde, no dia de hoje, tendo o Senhor Presidente declarado empossado na vereança o Suplente Paulinho Ruben Berta, informando que Sua Excelência integrará a Comissão de Saúde e Meio Ambiente. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador João Antonio Dib teceu análises acerca do Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 010/03, em tramitação na Casa, que fixa alíquotas de contribuição previdenciária para fins de custeio do Regime Próprio de Previdência Social dos Servidores Públicos do Município. Ainda, apresentou questionamentos referentes ao não-pagamento, pelo Executivo Municipal, de reajustes salariais bimestrais aos municipários. A seguir, foram apregoados os seguintes Requerimentos: de autoria do Vereador Darci Campani, solicitando Licença para Tratamento de Saúde, no dia de hoje, tendo o Senhor Presidente declarado empossado na vereança o Suplente Juberlei Bacelo, informando que Sua Excelência integrará a Comissão de Economia, Finanças, Orçamento e do MERCOSUL; de autoria do Vereador Zé Valdir, solicitando Licença para Tratamento de Saúde, no dia de hoje, tendo o Senhor Presidente declarado empossado na vereança o Suplente João Batista Pirulito, informando que Sua Excelência integrará a Comissão de Urbanização, Transportes e Habitação. Na ocasião, foram apregoadas Declarações firmadas pelo Vereador Carlos Pestana, Líder da Bancada do PT, informando o impedimento da Suplente Berna Menezes em assumir a vereança no dia de hoje. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador João Bosco Vaz, afirmando ter sempre pautado seu mandato pela realização de um trabalho voltado para a categoria dos taxistas, relatou encaminhamentos efetuados junto à Empresa Pública de Transporte e Circulação – EPTC, por solicitação do Sindicato dos Taxistas – SINTAXI, os quais viabilizaram uma maior flexibilização quanto ao uso, em diferentes veículos, do cartão de identificação individual do motorista de táxi. Em continuidade, a Senhora Presidenta registrou a presença do Senhor Luís Fernando Alves de Godoi, Presidente da União dos Vereadores do Rio Grande do Sul e da União de Vereadores do Brasil, convidando-o a integrar a Mesa dos trabalhos e concedendo a palavra a Sua Excelência, que solicitou a participação dos Vereadores da Casa nos movimentos que estão sendo empreendidos, em nível nacional, contra a redução do número de vereadores integrantes das Câmaras Municipais, afirmando que a redução do número de parlamentares representa uma diminuição da democracia e da representatividade popular, em especial das camadas menos favorecidas da população. Na oportunidade, a Senhora Presidenta registrou a presença do Senhor Rafael Fontana, Diretor da União dos Vereadores do Rio Grande do Sul, e concedeu a palavra à Vereadora Clênia Maranhão que, em nome da Casa, saudou os visitantes. Às quatorze horas e cinqüenta e quatro minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quatorze horas e cinqüenta e seis minutos, constatada a existência de quórum. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador João Carlos Nedel referiu-se à presença, na Casa, do Vereador Luís Fernando Alves de Godoi, ressaltando a importância da valorização do papel do Vereador na sociedade atual para que ocorra um efetivo fortalecimento da democracia do País. Também, lamentou atentado terrorista ocorrido hoje em Madrid, Espanha, e, finalizando, comentou a atuação do Senhor Adeli Sell à frente da Secretaria Municipal da Produção, Indústria e Comércio. O Vereador Raul Carrion leu mensagem encaminhada pelo Partido Comunista do Brasil, manifestando a solidariedade e a fraternidade dos brasileiros com o povo espanhol, em face dos atentados terroristas hoje ocorridos na Espanha. Ainda, expôs situação vivenciada por famílias carentes que ocuparam área da Rua Atílio Supertti, aplaudindo decisão da Secretaria da Justiça e da Segurança do Estado, de suspender por tempo indeterminado a reintegração de posse da área ocupada. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Raul Carrion deu continuidade ao seu pronunciamento em Comunicações, comentando ameaça de desocupação compulsória enfrentada por famílias ocupantes de área da Rua Atílio Supertti e aludindo a ações a respeito efetuadas pelos Governos Municipal, Estadual e Federal. Também, registrou que amanhã será realizada audiência pública na Assembléia Legislativa do Estado, visando a uma solução definitiva desse problema. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Cláudio Sebenelo contestou liminar concedida pela Desembargadora Matilde Chabar Maia, da 3ª Vara Civil do Tribunal de Justiça do Estado, ao Agravo de Instrumento interposto pelo Vereador Darci Campani, que suspendeu a Comissão Parlamentar de Inquérito instaurada na Casa para averiguar irregularidades nos serviços prestados pelo Sistema Único de Saúde – SUS – no Município de Porto Alegre. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Cláudio Sebenelo leu trechos da defesa elaborada por este Legislativo em face da liminar do Tribunal de Justiça do Estado, que suspendeu Comissão Parlamentar de Inquérito relativa aos serviços de saúde pública de Porto Alegre. Sobre o assunto, questionou a assinatura dessa defesa pela Vereadora Margarete Moraes, por ter sido Sua Excelência co-autora de mandado de segurança impetrado contra a referida Comissão de Inquérito. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Marcelo Danéris contraditou críticas feitas pelo Vereador Cláudio Sebenelo, em Comunicação de Líder, à decisão da Desembargadora Matilde Chabar Maia, que acolheu o Agravo de Instrumento interposto pelo Vereador Darci Campani, o qual suspende a Comissão Parlamentar de Inquérito para averiguar irregularidades nos serviços prestados pelo Sistema Único de Saúde no Município de Porto Alegre. Ainda, questionou a redução da destinação de verbas Estaduais para a área da saúde pública. O Vereador Juarez Pinheiro noticiou decisão judicial a respeito da Emenda nº 12/03, proposta pelo Vereador Luiz Braz, aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 041/03, o qual estima receita e fixa despesa do Município de Porto Alegre para o exercício financeiro de dois mil e quatro. Ainda, comentou a suspensão da Comissão Parlamentar de Inquérito para Averiguar Irregularidades nos Serviços Prestados pelo Sistema Único de Saúde – SUS – no Município de Porto Alegre. Na ocasião, a Senhora Presidenta pronunciou-se em relação ao tema do discurso do Vereador Cláudio Sebenelo, em Comunicações. Em continuidade, o Vereador Luiz Braz formulou Requerimento verbal, solicitando que a Senhora Presidenta que consultasse a Procuradoria da Casa, a fim de apresentar remédio jurídico para que este Legislativo possa continuar discutindo a Emenda nº 12, aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 041/03. Após, o Vereador Juarez Pinheiro formulou Requerimento verbal, solicitando que a Senhora Presidenta receba sentença judicial referente à Emenda nº 12, aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 041/03. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Dr. Goulart reportou-se ao discurso do Vereador Marcelo Danéris, em Comunicações, a respeito da posição contrária à instauração Comissão Parlamentar de Inquérito para averiguar irregularidades nos serviços prestados pelo Sistema Único de Saúde – SUS – no Município de Porto Alegre. Também, leu manchete do jornal Correio do Povo, publicada no dia dez de março do corrente, intitulada “Prefeitura invadida em Porto Alegre”. O Vereador Beto Moesch lamentou o período de estiagem no Estado e o lançamento de esgoto no Lago Guaíba, o qual gera a proliferação de algas e altera o sabor da água, apontando a importância desse manancial para a população. Também, criticou o método de tratamento de esgotos da Cidade, censurando o Departamento Municipal de Água e Esgotos – DMAE – por não tomar providências a fim de modificar os métodos de tratamento de esgotos no Município. O Vereador Carlos Pestana contraditou o discurso do Vereador Dr. Goulart, em Comunicação de Líder, criticando a atitude de parlamentares deste Legislativo em esforçarem-se para instaurar a Comissão Parlamentar de Inquérito para averiguar irregularidades nos serviços prestados pelo Sistema Único de Saúde – SUS – no Município de Porto Alegre. Também, censurou o Senhor Germano Rigotto, Governador do Estado, pela redução de verbas destinadas à área da saúde pública. O Vereador Paulinho Ruben Berta referiu-se ao Programa de Orçamento Participativo do Município de Porto Alegre, solicitando que a Bancada do Partido dos Trabalhadores desta Casa interceda junto ao Executivo Municipal, em nome da Associação Comunitária dos Moradores do Conjunto Residencial Rubem Berta, em relação a obras debatidas nesse Programa, porém ainda não-realizadas. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, os Projetos de Lei do Executivo nos 001, 003 e 002/04, este discutido pelo Vereador João Antonio Dib, pela Vereadora Maristela Maffei e pelo Vereador Renato Guimarães, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo n° 001/04, discutido pelo Vereador Raul Carrion, o Projeto de Lei Complementar do Executivo n° 014/03, discutido pelo Vereador João Antonio Dib, os Projetos de Lei do Legislativo nos 192/02, 107, 427, 388 e 482/03, este discutido pelo Vereador Raul Carrion, 003 e 029/04, este discutido pelo Vereador Raul Carrion, 017, 023 e 036/04, este discutido pela Vereadora Maria Celeste, e 040/04, os Projetos de Resolução nos 124 e 123/03, este discutido pelo Vereador Raul Carrion, e 052/04; em 2ª Sessão, os Projetos de Resolução nos 078 e 125/03, 002, 003, 005, 006, 050, 053 e 038/04, este discutido pela Vereadora Maristela Maffei, os Projetos de Lei do Legislativo nos 385/03, 004, 005, 024, 031, 033, 034, 035, 037 e 038/04, o Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº 001/04, o Projeto de Lei Complementar do Executivo no 013/03; em 3ª Sessão, os Projetos de Resolução nos 121/03 e 036/04, os Projetos de Lei do Legislativo nos 478, 479, 480 e 481/03, 012, 015, 016, 019, 020 e 022/04. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Valdir Caetano referiu-se ao Projeto de Lei do Legislativo nº 033/04, o qual autoriza o Poder Executivo Municipal a instituir o sistema público de vigilância eletrônica na Cidade de Porto Alegre, discorrendo acerca dos possíveis benefícios que esse Projeto irá trazer às comunidades do Município. Em relação ao assunto, salientou a importância da implementação desse equipamento para ajudar o serviço prestado pela Brigada Militar. A seguir, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Em Votação Nominal, esteve o Projeto de Lei do Legislativo nº 108/01, com Veto total, que foi encaminhado à votação pelo Vereador Luiz Braz. Às dezesseis horas e quarenta e cinco minutos, constatada a inexistência de quórum deliberativo, em verificação solicitada pelo Vereador Haroldo de Souza, a Senhora Presidenta declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima segunda-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pela Vereadora Margarete Moraes e pelos Vereadores João Carlos Nedel e Ervino Besson e secretariados pelo Vereador Ervino Besson. Do que eu, Ervino Besson, 2º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada pelo Senhor 1º Secretário e pela Senhora Presidenta.
O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Passamos às
O
Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra em Comunicações.
O SR. ISAAC AINHORN: Uma pequena observação, Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, um dia nós vamos reformar este Regimento interno autoritário para
que possamos discutir mais os problemas da Cidade e da Nação. O Regimento
interno um dia vai ser reformado novamente.
Sr.
Presidente, o que me traz à tribuna, embora a brevidade do tempo, é trazer ao
conhecimento de V. Exas um problema que julgo grave em relação à
Administração Municipal, sobre o desrespeito aos credores do Município de Porto
Alegre. Notadamente, refiro-me, aqui, aos aposentados que tiveram ações ganhas
junto ao Município de Porto Alegre, julgadas procedentes, transitadas em
julgado, já na ordem - cálculos feitos, homologados - de pagamento de
precatórios, prontos para serem pago, e o Sr. Prefeito João Verle desrespeita
funcionários públicos aposentados com mais de 80 anos de idade e não honra os
pagamentos.
Vossas
Excelências sabem, V. Exas têm conhecimento que esses créditos,
oriundos de ações judiciais contra o Município de Porto Alegre, são
considerados verba alimentar. Infelizmente, os credores não pediram aquilo que
é de direito pelo terror imposto pela Prefeitura Municipal de Porto Alegre, que
é a prisão do Sr. Prefeito Municipal por não pagar dívida alimentar. Porque
qualquer cidadão comum que não paga dívida alimentar, dívida de natureza
alimentícia, nobre Ver. Haroldo de Souza, está sujeito à prisão. Infelizmente,
pelas ameaças praticadas contra esses funcionários públicos aposentados do
Município de Porto Alegre, isso fica à deriva, sem pagamento e com o
descumprimento das obrigações de pagamento que se constituem em dívidas
alimentares.
Olha,
aqui em Porto Alegre, nós estamos precisando nos unir e, notadamente, os
Vereadores de Oposição e até eventuais diferenças de ótica partidária que
possamos ter, mas que, dentro da Oposição, temos de cobrar uma posição firme,
forte, vigorosa em relação aos desmandos da Administração Municipal. Muitas das
coisas que acontecem nesta Cidade, infelizmente, não chegam ao conhecimento da
grande população da nossa Cidade. Mas será que é crível que o Sr. Prefeito João
Verle desrespeita os precatórios de pagamento de funcionários públicos
municipais aposentados que, há anos, aguardam pelos seus recebimentos? E o
Município tem recursos para pagar e não paga. Essa é a situação que vivem
vários, dezenas, mais de uma centena de funcionários.
Vou
pedir, Sr. Presidente, ao Presidente da Comissão de Finanças e Orçamento desta
Casa que solicite, na condição de Presidente da Comissão de Finanças, a
informação dos precatórios que não estão sendo cumpridos na cidade de Porto
Alegre. É tão grave a situação desses cidadãos, homens comuns, alguns com mais
de 80 anos de idade, funcionários públicos aposentados, que não têm pago os
seus direitos de ações judiciais que ganharam da Prefeitura do Município de
Porto Alegre.
Nós
temos de tomar medidas fortes; ou cumpre-se a Lei, cumpre-se o pagamento dos
precatórios que não são pagos, ou medidas fortes devem ser tomadas por esta
Casa, pela Oposição desta Casa, porque, caso contrário, vai-se tornar isso aqui
uma terra de ninguém. E se usarmos da obstrução parlamentar de não votar
Projetos do Executivo, até que se resolvam situações de funcionários
aposentados que tem os seus direitos sonegados pela omissão de um Prefeito que
sequer foi eleito para o cargo, nós teremos que tomar providências sérias e
fortes em relação a isso.
Acho
que devemos impor medidas, pois recebi, hoje, vários funcionários públicos
aposentados que mostraram a ordem dos seus precatórios e o direito de seus
recebimentos, verbas alimentícias, e o Prefeito de Porto Alegre não toma
providências. Acho que a Oposição, a Comissão de Finanças, a Comissão de
Direitos Humanos, quem sabe, talvez nós tenhamos de invocar aqui, em Porto
Alegre, o que o Advogado Sobral Pinto, quando em relação ao Sr. Luís Carlos
Prestes como preso político, teve de invocar a Lei de Proteção aos direitos dos
animais para preservar e respeitar os interesses dos cidadãos.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Ervino Besson): O Ver. Sebastião Melo solicita Licença
para Tratamento de Saúde no dia de hoje.
(Obs.:
Foi apregoado Requerimento de licença do Ver. Sebastião Melo e dada a posse ao
Suplente, conforme consta na Ata.)
O
Ver. João Antonio Dib está com a palavra em Comunicações.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, que Prefeitura é esta que nós temos? Que
Prefeitura é esta que não tem o mínimo de consideração com os seus servidores?
Que Prefeitura é esta que, sem maiores demonstrações, nos propõe um Projeto de
Lei, alterando alíquotas, igual àqueles que, numa convocação mais Ordinária do
que extra, gastaram cinqüenta milhões de reais do País.
Quem
sabe por que é 11%? Foi assim que a Zélia Cardoso de Melo fez: botou três
papeizinhos, com três valores diferentes, sorteou, deu cinqüenta mil cruzeiros
na época para que as pessoas pudessem retirar das suas poupanças ou de suas
contas correntes.
Mas
que Prefeitura é esta que tem pressa em tomar o dinheiro dos servidores, e não
dar aos servidores o dinheiro a que eles têm direito?
Acaso
estão esquecidos os Vereadores deste plenário ou os servidores da
municipalidade que, em maio do ano passado, de forma ilegal, de forma absurda,
de forma incorreta, o Prefeito tomou o dinheiro dos servidores municipais que
deveriam receber uma bimestralidade de 2,46% e lhes deu 0,54%, falseando os
números? Falseando os números sim; foi demonstrado, aqui, na Comissão de
Justiça.
O
próprio Secretário da Fazenda, no jornal Correio do Povo, declarou que a
arrecadação dos 12 meses anteriores não havia sido um bilhão e 460 milhões,
mas, sim, um bilhão e 512 milhões de reais, o que dava para pagar a
bimestralidade. Mas, o Prefeito ficou com o dinheiro, não deu o dinheiro para
os servidores.
No
fim do ano, a bimestralidade era 0,25%, e ele ficou com o dinheiro, não deu
para os servidores; em janeiro, não deu para os servidores, não sei se fará
isso agora, ano de eleição.
Mas
que Prefeitura é esta? Quem disse que é 11%? Por que é 11%? Mas, sobretudo, por
que a pressa, quando tomou o dinheiro dos municipários? Por que a pressa?
Os amiguinhos são bem tratados na Prefeitura, mas outros
não. Então, fica muito tranqüilo para alguns, mas acontece que os valores que
aí se pretendem pôr, atingem mais de 25 mil famílias.
E
por que a Prefeitura tem tanta pressa? É para pagar a bimestralidade que não
pagou todo o ano passado? Ou para tomar mais dinheiro, porque é um prazer que a
Prefeitura tem? Ou para dizer que não entra dinheiro do SUS? Tenho, na minha
mesa, provas de que entrou quase o dobro daquilo que está na execução
orçamentária da Prefeitura. Onde está o dinheiro? Essa pergunta eu fiz muitas
vezes, aqui, no ano passado. Uma ordem bancária de 28 milhões de reais em nome
da Prefeitura Municipal de Porto Alegre, apareceu no balancete 18, 19, 20, 22,
nunca 28.
O
espelho de hoje traz uma série - como
o de ontem também trazia outra série - de recursos advindos do Ministério da
Saúde para o SUS em Porto Alegre. Onde está esse dinheiro? Mas que pressa tem a
Prefeitura de pedir para um Projeto da importância desse, o art. 81? Nenhum
parecer! Nenhum parecer! E pediu de surpresa! Entrou com uma Mensagem
Retificativa no dia 26 de fevereiro que ninguém entendeu direito, mas eles
estão com pressa, eles querem tomar o dinheiro do servidor. Será que eles deram
para o Previmpa todos os direitos que o Previmpa tinha até hoje? Não deram;
negaram tudo. Retiraram o dinheiro do Previmpa e agora estão querendo ser
bonzinhos até com o Previmpa. Claro, querem diminuir a taxa de administração de
0,5% até 2%. Nunca que o Previmpa vai receber 2% da Administração desta
Prefeitura que aí esta. Nunca!
Esses
são os homens que dirigem a vida de toda esta Cidade e que têm muita pressa
para fazer algumas coisas absurdas, mas com aquelas que são simples, corretas,
eles não têm nenhuma preocupação. Esses são os homens que se dizem os mais
corretos, que se dizem os ilibados, mas querem comprar o Jardim Leopoldina pelo
dobro do preço.
Compraram
um incinerador, pagaram, e nunca foi instalado; a balança do lixo quebrou e
pagaram mais um milhão de dólares e depois a imprensa colocou na página 03 do
jornal, o seguinte anúncio (Lê.): “Não pesamos o lixo, não emitimos o empenho,
não fizemos o recibo; recebemos o que nos pagaram porque a Prefeitura, em
Auditoria da própria Prefeitura, queria que o dinheiro fosse devolvido daqueles
que cobraram a mais”. Ou daquele motor de explosão que, três dias antes de o
Prefeito sair da Prefeitura, fizeram um contrato de 336 milhões de cruzeiros; o
motor explodiu, fizeram com tanta pressa que em vez de pagar para a FUNDATEC,
que era o contrato, pagaram para a CIENTEC. Claro, não recebeu; devolveu o
dinheiro. Mas que Prefeitura é essa, Prefeito João Verle? Que pressa é essa que
tem de tomar o dinheiro dos servidores? Primeiro, pague a bimestralidade.
Depois vamos discutir. Saúde e PAZ! Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Ervino Besson): Obrigado, Ver. João Antonio Dib.
O
Ver. Darci Campani solicita Licença para Tratamento de Saúde, no dia de hoje,
conforme atestado médico.
(Obs.:
Foi apregoado Requerimento de licença do Ver. Darci Campani e dada a posse ao
Suplente, conforme consta na Ata.)
O
Ver. Zé Valdir solicita Licença para Tratamento de Saúde, no dia de hoje,
conforme atestado médico.
(Obs.:
Foi apregoado Requerimento de licença do Ver. Zé Valdir e dada a posse ao
Suplente, conforme consta na Ata.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. João Bosco Vaz está com a palavra
em Comunicações.
O SR. JOÃO BOSCO VAZ: Srª Presidente, Verª Margarete Moraes, Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores, eu tenho dedicado este mandato a defender e a
trabalhar por alguns segmentos. E um dos segmentos para o qual mais projetos -
que, hoje, são leis - eu apresentei é a categoria dos taxistas.
Fiz
o Projeto, que é Lei, que permite o uso do gás natural como combustível; criei
o Dia do Taxista, 05 de setembro, separando do Dia do Motorista, que até então
eram comemorados juntos. A bandeirada só poderia ter aumento com base numa Lei
de 1989, quando a inflação era de 80% ao mês, e aí só poderia a bandeirada
subir quando os combustíveis tivessem um aumento acumulado de 15%; fiz um
Projeto baixando esse índice para 8%. Antes, para a avaliação dos insumos dos
táxis em Porto Alegre era tudo feito com base no Gol 1.000, e um Projeto de
autoria deste Vereador deferiu que hoje a avaliação seja feita no carro popular
de cada marca, o que é importante. Há pouco aprovei um Projeto aqui nesta Casa
propondo levantar, nessa rótula aqui da Augusto de Carvalho com a Avenida Beira
Rio, um monumento em homenagem ao taxista morto em trabalho.
Estou
dizendo tudo isso porque nesta semana, em parceria com a EPTC, com o Dr. Túlio
Zamin, conseguimos resolver um outro problema muito grave que era enfrentado
pelos taxistas. Quem anda de táxi sabe que o motorista e o auxiliar do
motorista têm aquele carteirão de identidade no vidro do táxi, e por essas
coisas da burocracia, o motorista - não o proprietário - só poderia dirigir um
único táxi, o que era um absurdo, porque no final de semana ele é um folguista,
e se o dono do táxi está com o táxi estragado ou viajou, ou não entregou o táxi
para o seu motorista, ele não poderia trabalhar na folga de um outro carro.
Então, montei um Projeto para que o folguista, com um único carteirão, possa
dirigir três táxis, e mesmo assim, se por essas coisas do destino e da vida ele
estiver impossibilitado, ele pode pegar um quarto carro, comunicando a EPTC.
Como
esse Projeto, que foi um pedido do Sindicato dos Taxistas, teria uma demora de
tramitação e apuração, o Dr. Túlio Zamin me propôs um Decreto Municipal com o
mesmo teor do meu Projeto para que pudéssemos agilizar essa situação, e isso
foi feito.
A
categoria dos taxistas está satisfeita, está contente, está alegre,
principalmente os folguistas, que poderão, agora, com esse carteirão, dirigir
até três carros. Parte do Decreto já foi publicado, e o restante sai até o
final do mês, e, dentro dessa negociação, eu retirei esse Projeto na Câmara,
porque, em função da burocracia, da função dos vetos, todos nós sabemos, nesta
Casa, a dificuldade que vai ser este ano - ano de eleição - de se aprovar,
aqui, qualquer matéria mais complicada que não seja nome de rua, nome de praça
ou uma homenagem.
Então,
nessa negociação deste Vereador, com o Sintapa - Sindicato dos Taxistas e mais
a EPTC, resolvemos essa situação. Portanto, quero agradecer publicamente a
sensibilidade do Dr. Túlio Zamin, a sensibilidade dos taxistas, e agradecer por
ter sido procurado pelo Sindicato da categoria para poder resolver mais essa
situação. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Antes de darmos seguimento ao período de
Comunicações, nós anunciamos a visita a esta Casa, em Comparecimento, do Sr.
Luís Fernando de Godoi, Presidente da União de Vereadores do Estado do Rio
Grande do Sul e da União de Vereadores do Brasil, a quem eu convido para compor
a Mesa. É uma honra recebê-lo nesta Casa, por favor, Sr. Luís Fernando. Ele
está acompanhado pelo Sr. Rafael Fontana, Diretor da UVERGS, e vem aqui fazer
um pronunciamento em nome da mobilização nacional contra a diminuição do número
de Vereadores nas Câmaras Municipais, e um convite aos Vereadores desta Casa.
O
Sr. Luís Fernando de Godoi está com a palavra.
O SR. LUÍS FERNANDO DE GODOI: Srª Presidenta, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, gostaria de ressaltar a satisfação de
reencontrar, aqui, o Ver. Pujol, que foi o nosso 2º Presidente na história da
União dos Vereadores do Rio Grande do Sul; o Ver. Carrion, que seguidamente se
encontra em alguns eventos conosco; e faço uma saudação toda especial à minha
companheira de diretoria, Verª Clênia Maranhão, desta Casa, que é a 2ª
Secretária da União dos Vereadores do Rio Grande do Sul.
Na
verdade, Presidente, o que nos traz aqui é buscar, mais do que nunca, o apoio
dos Vereadores da Capital gaúcha, no sentido da grande marcha que deve ocorrer
em Brasília, a partir da terça-feira, que é a primeira Marcha dos Vereadores,
onde nós buscamos, fundamentalmente, a preservação do Parlamento Municipal.
Todos nós sabemos que, principalmente no Estado de Santa Catarina e no Estado
do Ceará, existe uma avalanche indiscriminada de ações do Ministério Público
reduzindo de forma arbitrária o número de Vereadores pelo Brasil afora, e nós
entendemos, sem dúvida nenhuma, principalmente o caso do Estado de Santa
Catarina, onde o Ministério Público forjou um acordo com as Câmaras Municipais,
visando à redução; isso foi, sem dúvida nenhuma um grande atentado à democracia
deste País.
E
todos os senhores, certamente, têm conhecimento de que com a edição da Emenda
n.º 25, ela acabou definitivamente com aquela conversa simpática - em nível de
comunidade, muitas vezes - de que se reduzirmos o número de Vereadores,
automaticamente, estaremos reduzindo custos e que, com isso, haverá de sobrar
dinheiro para a saúde, para a educação. E nós, Parlamentares, sabemos que isso
não é nada além de um discurso demagógico. Estamos indo a Brasília num grande
movimento, cada um dos Estados, com os seus Deputados Federais e os seus
Senadores, buscando o apoio para três propostas de Emenda Constitucional que
tramitam, hoje, no Congresso Nacional, dentre as 172 que tratam da vida dos
Vereadores. E, por incrível que pareça, Srª Presidente, dessas 172, apenas uma
faz bem a nós, que é a que permite que os Bacharéis em Direito possam exercer
funções nas Mesas Diretoras. As outras 171, todas são contra os Parlamentos Municipais.
Pois, há três que foram elencadas pelo Presidente João Paulo, e, inclusive, foi
instalada uma Comissão Especial, que é a proposta do Dep. Pompeo de Mattos do
Rio Grande do Sul, do Dep. Ivan Ranzolin, de Santa Catarina e do Dep. Nardes,
também do Rio Grande do Sul, e que serão sistematizadas.
Nós
já sabemos, hoje, que a relatoria estará na mão do Partido dos Trabalhadores, e
nós estamos dentro dessa mobilização, buscando o apoio para que possamos
resolver, definitivamente, a questão do número de Vereadores.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Srª Presidenta, Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores, meu Presidente Godoi, Presidente da UVERGS e
também Presidente da União dos Vereadores do Brasil, acho que é extremamente
importante a sua vinda a esta Casa para que todos nós, Vereadores de Porto
Alegre, possamos nos aproximar mais da luta que a UVERGS, hoje, tem
desenvolvido no nosso Estado; uma luta que tem feito crescer a participação dos
Vereadores e o debate dos Vereadores do Rio Grande do Sul em relação a uma
questão, que na verdade é uma questão inerente à democracia, que é o
fortalecimento e a maior representação dos Vereadores no nosso Estado e no
nosso País. Nós, que somos Parlamentares, sabemos que nenhuma democracia do
mundo se constitui sem um Parlamento forte e representativo. Nós, que somos
Parlamentares do Poder local, sabemos que a tendência, neste momento, de todos
os Parlamentos do mundo é de fortalecer a luta do Poder local, porque é no
Município que vive o cidadão, é no Município que nós reivindicamos os nossos
direitos e travamos as nossas lutas cotidianas.
Portanto,
a tendência é que os Parlamentos Municipais sejam muito mais fortalecidos daqui
para frente. Nós temos a certeza de que esta Casa vai apoiar a luta da União
dos Vereadores do Brasil e do Estado do Rio Grande do Sul contra qualquer iniciativa
e contra aspectos em andamento. E as propostas dos Parlamentares que tentam
reduzir o número de Vereadores, eu queria lembrar a esta Casa e às pessoas que
nos acompanham pelo Canal 16 que o nosso problema em Porto Alegre é exatamente
o contrário: nós temos o número mínimo de Vereadores garantido por Lei, nós
poderíamos ter muito mais. Mas nós, que somos Vereadores, sabemos que a
existência do número mínimo, muitas vezes, impossibilita a nossa presença em
todas as demandas da Cidade. Nós julgamos que a sua presença, hoje, serve para
nos aproximar ainda mais, fortalecer a UVERGS, que é uma instituição que tem
uma história de luta pela democracia, pelo poder local e pelo fortalecimento
das Câmaras de Vereadores. Muito obrigada.
(Não
revisto pela oradora.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Obrigada, Verª Clênia Maranhão.
Mais
uma vez, eu agradeço pela sua presença. Suspendo a Sessão por um minuto para as
despedidas.
(Suspendem-se
os trabalhos às 14h54min.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes -
14h56min): Estão
reabertos os trabalhos.
O
Ver. João Carlos Nedel está com a palavra em Comunicações.
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Srª Presidente, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, eu gostaria de saudar a presença do Vereador de Cachoeira do Sul, Luís Fernando Godoi, que nos honra com a sua participação nesta Casa. Quero dizer também que o Partido Progressista tem muita honra de tê-lo em seus quadros, porque ele realmente está levando, já levou para todo o Rio Grande do Sul, a sua palavra de orientação, de construção de uma democracia fortalecida; e está levando, agora, para todo o Brasil, como Presidente da União dos Vereadores do Brasil, e já conta, desde agora, com o apoio deste Vereador, e - tenho certeza - da Bancada do Partido Progressista desta Casa - para a sua luta.
Diminuir
o número de Vereadores é diminuir a democracia, e, por isso, pela democracia,
pela liberdade, pela democracia representativa, nós lutamos.
Parabéns,
então, Luís Fernando de Godoi, pela sua caminhada, pela sua missão, que é nobre
e importante para o fortalecimento do Poder Legislativo e da democracia em
nosso País.
Eu
gostaria, também, de lamentar o triste acontecimento ocorrido hoje, em Madrid,
onde um atentado terrorista matou 200 pessoas e feriu mais de 600 pessoas. Que
tristeza, no século XXI, isto acontecer: agressão às pessoas. Uma verdadeira
guerra patrocinada pelo terrorismo. Não se sabe ainda, com certeza, quem
patrocinou esse ato terrorista - que foi um dos piores atos contra a população,
contra a sociedade, ocorrido na Espanha. Lamentamos fortemente esse ato
agressivo, esse ato criminoso contra a população, contra a sociedade, contra o
direito universal das pessoas que, fundamentalmente, é a vida.
Acho
que a sociedade deve analisar o que está ocorrendo. Eu, numa primeira análise,
digo que está ocorrendo um afastamento de Deus. Vamos voltar à religiosidade, à
espiritualidade, cumprir aqueles ensinamentos que Cristo um dia nos deixou
aqui, e que é sintetizado no amor. Vamos voltar a amar e não odiar as pessoas.
Essa é a mensagem que Cristo nos deixou.
Mas
eu queria, aqui, publicamente, prestar uma homenagem ao Secretário Municipal da
Produção, Indústria e Comércio, Ver. Adeli Sell, que, no meu entendimento, está
sendo injustiçado pelo seu substituto, ao dizer que ele não irá fazer
confronto; que ele irá dialogar com o comércio informal. E eu quero dizer que
sou testemunha de que o Ver. Adeli Sell sempre teve diálogo com os camelôs, e
só não o teve com os meliantes, os irregulares que se recusavam a se inscrever
devidamente de acordo com a lei.
O Sr. Ervino Besson: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Ver. João Carlos Nedel, eu quero saudar o seu pronunciamento,
dizendo a V. Exª que é tão lamentável, tão triste o que aconteceu em Madri, em
que inocentes foram as vítimas.
E
veja V. Exª, hoje, pela manhã, em Viamão, um cidadão, por desentendimento com o
pai ou com a mãe – não sei qual era o envolvimento -, acabou assassinando cinco
crianças de dois a nove anos. Triste, não é? Inocentes pagam por essa
bestialidade, por essas pessoas que não têm o mínimo de dignidade e
consciência. Obrigado, Vereador.
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Realmente, é uma tristeza que isso
ocorra em nossa sociedade. E eu deixo aqui a solidariedade, o apoio ao Ver.
Adeli Sell, na condição de Secretário da Secretaria da Produção, Indústria e
Comércio, pela sua coragem, pela sua educação e pelo seu trabalho eficiente.
Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Raul Carrion está com a palavra em
Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Juarez Pinheiro.
O SR. RAUL CARRION: Excelentíssima Presidenta Verª Margarete
Moraes, demais Vereadores e Vereadoras, pessoas que nos assistem, moradores da
Atílio Supertti aqui presentes em comissão, em primeiro lugar, queríamos dar
conhecimento a esta Casa da mensagem que o Partido Comunista do Brasil, no dia
de hoje, enviou ao povo espanhol sobre os atentados do dia 11 de março.
(Lê
a mensagem:.) “São Paulo, 11 de março de 2004. Queridos camaradas, em nome dos
comunistas brasileiros, e certos de interpretar os sentimentos democráticos do
povo brasileiro e da fraternidade com o povo irmão de seu País, manifestamos
por seu intermédio a nossa profunda consternação e revolta em face dos brutais
atentados terroristas perpetrados hoje, que provocaram a morte de mais de 180
pessoas e ferimentos graves em cerca de 500 (segundo dados recolhidos esta
manhã, horário de Brasília, junto aos meios de comunicação espanhol).
Pedimos
que transmitam, em nosso nome, aos familiares e entes queridos das vítimas o
nosso profundo pesar. Neste doloroso transe, juntamos a nossa dor e o nosso
luto aos de vocês e manifestamos a solidariedade, que vêm do fundo dos nossos
corações e das nossas convicções democráticas e humanistas.
Nós, os comunistas brasileiros, estamos convencidos de que o
terrorismo é a outra face da guerra. Tragédias como esta fazem soar o alarme da
consciência democrática e convocam os povos a se unirem em torno da causa da
paz, da democracia e dos direitos sociais, para evitar que a humanidade sucumba
à barbárie. Fraternalmente, Renato Rabelo, Presidente Nacional do PCdoB e José
Reinaldo Carvalho, Vice-Presidente e Secretário de Relações Internacionais”.
Sem
dúvida, quando nós dizíamos, às vésperas da agressão ao Iraque, que ao contrário
de ensejar a diminuição do terrorismo, o ataque belicista norte-americano só
faria aumentar o terrorismo no mundo, agora estamos observando o resultado do
terrorismo de estado norte-americano.
O
PCdoB é contrário, seja à violência belicista, arrogante do Império do Norte, que pretende submeter todos os povos
do mundo a sua vontade, como é contrário ao terrorismo do Estado de Israel,
como é contrário ao terrorismo dos grupos que, em nome da defesa dos seus
povos, agridem inocentes, como foi o caso desse atentado na Espanha.
Em
segundo lugar, nós queríamos tratar neste período, minha Presidente, da grave
situação em que vivíamos e que havíamos relatado na tarde de ontem, aqui.
Estava previsto que, hoje pela manhã, 500 soldados da Brigada Militar - com cavalos,
cães, bombas de gás lacrimogêneo, balas de borracha - procurassem desalojar
cerca de 150 famílias que, premidas pela necessidade, ocuparam o PAR da Atílio
Supertti.
A
Brigada chegou a determinar que a escola em frente não funcionasse no dia de hoje,
que o comércio fechasse, que a imprensa não teria acesso ao local. Os acessos
ao local seriam bloqueados para a megaoperação de guerra que estava prevista.
Felizmente, seja por meio dos protestos nesta Casa aqui desta tribuna, dos
protestos na Assembléia Legislativa, das tratativas de diversos Deputados - e
aqui quero destacar as tratativas que a Deputada Jussara Cony empreendeu, na
tarde de ontem, com a Secretaria de Justiça, com a Casa Civil, com todos os
órgãos possíveis - que resultou, em torno das oito e meia da noite, na decisão
justa, que nós louvamos aqui, da Secretaria de Justiça do Estado, de suspender
por tempo indeterminado essa reintegração de posse que, segundo a própria
imprensa noticia, permitirá a continuidade das negociações com a Caixa
Econômica Federal, com o Governo para encontrar uma solução.
Peço
meu tempo de Liderança, minha Presidenta, para concluir as informações de
extrema importância.
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Raul Carrion está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR. RAUL CARRION: Estivemos hoje, às 7 horas da manhã, na
Atílio Supertti, como havíamos assegurado da tribuna desta Casa e, felizmente,
a operação de guerra havia sido suspensa. Lá estivemos com os moradores, depois
nos comunicamos com a imprensa e agora nos comunicamos com a Dep. Jussara Cony,
que estava embarcando para Brasília, onde esteve juntamente com o Deputado
Vieira da Cunha, Presidente da Assembléia Legislativa e com o Líder do PMDB na
Assembléia, Deputado Alexandre Postal
e outras lideranças, em tratativas durante toda a manhã. Agora, às duas da
tarde, a Deputada me ligou, estivemos conversando pelo telefone, e ela me
informou que: primeiro, houve uma reunião na Caixa Econômica Federal, com a
participação dos Deputados e do Secretário Alceu Moreira e, a partir das
tratativas lá feitas, ficou acertado que amanhã, Ver. Pestana, pela manhã, às
11h30min, se realizará uma Audiência Pública na Assembléia Legislativa com a
participação da Assembléia, da Câmara - será convidada oficialmente, estou
adiantando este convite, já falei com o Ver. Renato Guimarães, que é o
Presidente da Comissão -, do Governo do Estado, da Prefeitura, do Ministério
Público, dos moradores, no sentido de que seja assinado um protocolo,
encaminhando uma solução, Ver. Sebenelo - que tem sido sensível - para esse
problema, que não é policial, é social e tem de ser tratado como um problema
social. A Deputada Jussara Cony permanecerá em Brasília até o fim da tarde e
trará um documento da Caixa Econômica Federal no sentido dos compromissos da
Caixa Econômica Federal e, amanhã, esse protocolo, esperamos, seja aquele
documento, como os próprios moradores disseram depois da audiência na Justiça:
que havendo um compromisso por escrito, eles serão os primeiros a aceitar, se não
houver outra solução, uma retirada para uma solução final. Mas, isso será
discutido amanhã.
Quero
também destacar, e a Deputada Jussara fez questão de relatar, a importância das
gestões que o Sr. Greceler - que
trabalha na Casa Civil -, no decorrer do dia de ontem, realizou. Para concluir,
pois meu Tempo de Liderança se encerra, queria dizer que nós somos testemunhas
de um ano de trabalho desta Casa. Se, neste momento, as tratativas têm de se
dar na Assembléia, é por que a solução tem de ser encontrada em nível de
Governo do Estado. O compromisso estipulado é claro: a parceria entre os três
níveis é que pode solucionar o problema, não é só o Governo do Estado, não é só
a Prefeitura, não é só o Governo Federal. O Governo do Estado tem o compromisso
de colocar uma terra para resolver o problema, em condições urbanísticas para
isso. O Município tem o compromisso de colocar a infra-estrutura emergencial,
num primeiro momento, e, depois, por meio do Orçamento Participativo, as demais
infra-estruturas. E cobraremos do Município. O Governo Federal já aceitou que
mais de 60 famílias, que podem ser acolhidas pelo PAR, permaneçam no local, e
que as outras 150 terão os recursos do PSH para, numa terra colocada pelo
Estado, numa infra-estrutura colocada pelo Município, possam construir as suas
moradias. Nós não estamos aqui procurando desgaste em Governo nenhum, mas os
três, e cada um, têm de assumir o seu compromisso. E o primeiro compromisso, o
ponto de partida, Ver. Haroldo de Souza - e temos certeza que teremos a sua
colaboração para isso -, é a terra.
Então,
essa operação de guerra ou operação de despejo foi suspensa - não vou brigar
com palavras com o meu colega, Ver. Haroldo de Souza. O nosso objetivo está
sendo atingido: evitar o despejo pela violência e encontrar uma solução
construída com os três níveis, harmoniosa. E esta Casa estará de parabéns
quando isso for alcançado, e será alcançado.
A
nossa saudação aos moradores da Rua Atílio Supertti, que vem resistindo a essa
situação. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Cláudio Sebenelo está com a
palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Luiz Braz.
O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Srª Presidenta, Verª Margarete Moraes,
Srs. Vereadores, agradeço especialmente ao Ver. Luiz Braz pela sua delicadeza
em ceder o tempo para que este Vereador pudesse, hoje, falar a esta Câmara,
sobre o Partido dos Trabalhadores, que fez uma festa diante da infeliz decisão
da Desembargadora que interrompeu a CPI da Saúde. Segundo ela, não havia fato
determinado, conforme os postulantes afirmaram. O que é pior: contra o uníssono
interesse da sociedade, a magistrada escreveu e assinou esta pérola (Lê.):
“Antes de mais nada, deve-se considerar que a instauração de uma CPI
inevitavelmente expõe a imagem de todos os agentes públicos que nela venham a
ser implicados, o que pode ganhar proporções particularmente relevantes no
momento político por que passa o Município, dada a iminência de novas
eleições”.
Então,
resguarde-se o interesse dos agentes públicos e esqueça-se o interesse de toda
a sociedade e dos pacientes.
Foi
mais além, na sua pouco inspirada alegação (Lê.): “Ademais, considerando o
risco de lesão grave e de difícil reparação que o andamento da CPI em tela
poderia gerar às pessoas envolvidas, mormente porque se estaria submetendo a
restrições dos seus direitos fundamentais, entendo que seja recomendável
determinar a suspensão dos efeitos da decisão agravada”.
Suspendeu a CPI! Esqueceu-se da lesão grave dos amputados!
Ao determinar a suspensão, prestou a Relatora um enorme desserviço à sofredora
massa de pacientes que luta por um leito, que luta por uma consulta, que luta
por um medicamento.
Essa
intimação conferiu dez dias de prazo para resposta por parte da Câmara.
Respondendo aos quesitos do mandado inicial para a formação do mérito e
apresentando-se como a outra parte do agravo, a Câmara teve a sua defesa
assinada pela Exma Srª Presidente da Casa, Margarete Moraes. Não que
não seja legítima a representante da Câmara Municipal, não - e, com o maior
respeito, não só refiro o nome como o trabalho -, longe disso; é que a
Presidenta da Casa foi uma das autoras do mandado de segurança em sua segunda e
histórica tentativa, repelida liminar e fragorosamente pela Juíza de Direito,
Deborah Coleto, que diz o seguinte (Lê.): “Com a devida vênia, laboram em
manifesto equívoco. Porque o cabimento das ações judiciais, de uma forma geral,
e a atuação jurisdicional respectiva, há de se vincular, inarredavelmente, à
existência de fatos concretos, e, em se tratando de mandato de segurança,
absolutamente comprovados, não sendo, pois, possível que se preste tal perfil à
afirmativa de que a instalação de uma CPI em foco geraria ‘real e concreto
prejuízo à sociedade civil’".
Aliás,
tangente a tal aspecto, não é demais ressaltar que os elementos concretos, de
conhecimento público e notório, indicam que essa mesma sociedade, em sua quase
totalidade carente, sofre os prejuízos da prestação de um serviço de saúde
longe do razoável, anos a fio, sem que modificação alguma se avizinhe com a
feição que tanto ela espera e urgentemente necessita.
Destarte,
não havendo demonstração inequívoca, indefiro liminarmente a inicial. Com o
trânsito em julgado, ao arquivo, com baixa.
Pois
as Assessorias da Presidência e principalmente os doutos do Partido dos
Trabalhadores, ao invés de induzi-la a passar a responsabilidade da defesa da
Câmara e de seus Institutos, oficiais e funcionantes, entre eles a CPI da
Saúde, para o Vice-Presidente da Casa, que tem a mesma legitimidade, ou na sua
impossibilidade, a outro dirigente da hierarquia, declarando-se impedida,
permitiu-a colocar-se, mesmo apenas tangenciando o cerne da defesa, do outro
lado da questão, antagônico àquele que se colocara no mandato de segurança que
impetrou frustradamente. O aconselhamento não veio, e a contradição foi
inevitável.
Qual
das opiniões está valendo: contra ou a favor da CPI?
Num
documento, não há fato determinado; noutro, há. Onde está a verdade?
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Por favor, Ver. Cláudio Sebenelo, seu
tempo encerrou.
O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Eu peço o tempo de Liderança.
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Pois não. V. Exª está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Ouçam esses fragmentos da defesa de que
há fato determinado (Lê.): “O fato não pode ser vago, impreciso, todavia,
outros fatos, desde que intimamente relacionados com o principal, podem ser
objetos de investigação.
Conclui-se,
assim, a ampla elasticidade da locução ‘fato determinado’. A CPI pode ser
criada para investigar irregularidades ocorridas na Administração Pública ou
para investigar questões vinculadas à ordem pública, política e social. Não é
demais frisar que fato determinado deve estar vinculado à noção de interesse
público”.
Esta
determinabilidade se exterioriza pelo caráter público do interesse subjacente
ao fato que se pretende investigar.
Obliquamente,
originou-se inclusive por litigância e insistência, beirando a má-fé.
Colocou-se a mesma Presidente da Casa em dois lados da mesma liça. Assinou, em
primeiro plano, a contradição própria, que há fato determinado. Antes, impetrou
o mandado por entender que não havia fato determinado.
Além do mais, esqueceram-se de propor, no mínimo, a
correição a ser examinada pela Corregedoria do Tribunal de Justiça, à
Desembargadora que suspendeu a CPI. Ou de promover mandado de segurança
endereçado ao Tribunal de Justiça ou, até mesmo, às Cortes Superiores, contra a
injustiça e a procrastinação - mais uma - provocada pela Decisão em pauta. Essa
sim seria uma adequada e verdadeira Defesa da Câmara e uma reação altaneira à
invasiva e equivocada intromissão de um Poder sobre a decisão do outro.
Exma
Srª Presidenta, Margarete Moraes, sabemos e compreendemos até o início de um
trabalho, que há um certo arrivismo, que
o peso da direção da Casa, por parte de uma mulher em histórico mandato, deva
ser compartilhado com a compreensão e a tolerância de seus pares. Vamos fazer
esse contrato. Mas, pelo menos, que tenha, a seta deste acordo, dois sentidos.
Agora
chegou o Ver. Juarez Pinheiro, que foi um dos que insistiu com três mandados e
que assinou...
Quanto
à CPI, eu tenho a grande certeza de que sabemos perfeitamente quem a obstruiu,
quem procrastina, quem não a quer. O Brasil inteiro sabe quem não a quer. E
grito é argumento de quem não o tem.
Existem três instrumentos
jurídicos: dois mandados e um agravo, assinados pelo Ver. Juarez Pinheiro. Se
isso for mentira deste Vereador, eu tenho os comprovantes, aqui mesmo no
plenário, para lhe mostrar e, mais do que isso, ao invés de procurar impedir
uma CPI dessa natureza, do seu conhecimento, inclusive V. Exª, que foi Diretor
na área da Saúde, num momento difícil da nacionalidade, sabe perfeitamente que
a CPI é fundamental. E a nossa luta, que venho a mais de oito meses tentando
fazer essa CPI, ela é procrastinada seja pela CCJ, seja pela Justiça, seja pelo
pedido de vista permanente; pedidos de conhecer o processo, ardis jurídicos,
que até podem ser legítimos, mas que procrastinam cada vez mais essa busca
enquanto lá fora os pacientes esperam. Essa é a nossa dor, uma dor social que
nós vemos nesse muro, colocada nessa parede jurídica, a maior injustiça feita à
sociedade de Porto Alegre.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Marcelo Danéris está com a palavra
em Comunicações.
O SR. MARCELO DANÉRIS: Srª Presidente Margarete Moraes, Srs.
Vereadores, Sras Vereadoras, público que nos acompanha aqui e pela
TVCâmara, ora, o que o Ver. Cláudio Sebenelo falou aqui, chamar de contradição
é o mínimo, é praticamente um escândalo. O Ver. Cláudio Sebenelo veio aqui
criticar a Presidente da Câmara, quando ela deveria ser elogiada, Ver. Cláudio
Sebenelo. E o Ver. Reginaldo Pujol, Presidente da CCJ, é prova disso. A Verª
Margarete Moraes, Presidente da Câmara de Vereadores de Porto Alegre, quando
membro da Comissão de Constituição e Justiça, fez o Parecer contrário à CPI da
Saúde. Lá, Ver. Cláudio Sebenelo, no seu primeiro ataque, inclusive que
envolveu o seu companheiro de Bancada, o Ver. Luiz Braz, esse Parecer teve
empate, e teve empate não pela ausência do Partido dos Trabalhadores. Agora, a
mesma Vereadora que fez o Parecer contrário, na Presidência da Câmara de Porto
Alegre poderia, porque é prerrogativa da Presidência, nem ter respondido, pois
respondeu, representando o papel de uma Oposição, que aqui é maioria, e levando
os argumentos para a Justiça, que não são os seus argumentos, mas os argumentos
de uma maioria que exigiu a resposta, Ver. Cláudio Sebenelo. Isso deveria ser
elogiado por V. Exª e não criticado. Ela se colocou acima das suas convicções
pessoais e defendeu, aqui, o papel como instituição e como Presidência da
Câmara, Ver. Pedro Américo Leal. Isso deve ser elogiado. A Verª Margarete não
usou a prerrogativa de ser Presidente para esconder, Ver. Dr. Goulart, os
argumentos de vocês, da Oposição, ou de parte da Oposição pelo menos, ou o
papel que se precisava responder. Respondeu como Presidente, assim como a
Câmara, como instituição, exige, e não como a Verª Margarete Moraes e as suas
convicções. Isso deve ser elogiado. Mas o Ver. Sebenelo, Vereadora-Presidente
Margarete Moraes, não gostou da decisão da Justiça.
Interessante
que o Ver. Sebenelo, agora, ataca o Judiciário, ataca a Desembargadora, ataca a
Bancada do Partido dos Trabalhadores, ataca a Presidência da Câmara, já atacou
seu colega de Bancada, atacou antes o Ver. Nereu D’Avila, ataca todo mundo,
quase numa crise de histeria, mas, quando a liminar o favorecia, aí não tinha
nenhuma crítica, aí o Judiciário estava certo, aí ele lê aqui e diz que está
tudo correto. Quando a Bancada do Partido dos Trabalhadores, Ver. Sebenelo,
perdeu a sua liminar, V. Exª não viu ninguém da Bancada do Partido dos
Trabalhadores - Ver. Juarez Pinheiro, que muito nos honra na Bancada e nos orgulha,
e é, quem sabe, o Vereador mais capaz daqui, porque milita e entende da área do
Direito -, quando o Ver. Juarez Pinheiro ou este Vereador e a Verª Margarete
Moraes e outros que assinaram o pedido de liminar, o Ver. Raul Carrion,
perderam a liminar, não vieram aqui atacar o Judiciário, não vieram aqui atacar
a Presidência da Câmara, não vieram aqui atacar os seus colegas de Bancada, não
vieram aqui atacar a CCJ, não vieram aqui atacar a Juíza, no caso. Mas o Ver.
Sebenelo quando perde, aí todo mundo é atacado, desde a Presidência da Câmara,
o Judiciário, a Desembargadora, aí ele não concorda com os termos.
Mas,
Ver. Sebenelo, com o que V. Exª concorda, afinal? Quem sabe é com os 250
milhões de reais que o seu Governo do Estado cortou da Saúde? Disso V. Exª não
fala nada. A Saúde, no Estado, está uma beleza, a farmácia de medicamentos
especiais não tem medicamentos. O que o Ver. Sebenelo acha disso? Nada, porque
ele não fala. O Governo do Estado corta 250 milhões de reais da Saúde, não
existe saúde para o povo Gaúcho! O que o Ver. Sebenelo acha disso? Nada, porque
ele não fala nada a respeito da Saúde. O Ver. Sebenelo e o seu Partido
prometeram um Posto de Saúde a cada um quilômetro. Não se enxerga nem a 100
quilômetros. O que o Ver. Sebenelo acha disso? Nada. Por que nem o Vereador
Sebenelo se enxerga a cada 100 quilômetros. Por que, de Saúde do Estado, ele
não fala nada? Agora, Porto Alegre, que investe 18% do Orçamento na Saúde, que
tinha, Ver. Sebenelo, em 1988, treze serviços de Saúde, hoje, tem 164 serviços
de Saúde, colocou 35 milhões de reais na Saúde, em Porto Alegre, no ano
passado. Pois, esta Prefeitura, que é referência na Saúde, que escolheu este
ano como o Ano da Saúde, merece a raiva do Ver. Sebenelo, esta raiva que se
revolta contra a Saúde, porque queria, sim, usar, nas eleições deste ano, a
CPI. Foi o Dr. Goulart mesmo quem subiu nesta tribuna e disse que, se as
Oposições quisessem ganhar as eleições este ano, tinha de haver uma CPI da
Saúde. Foi na rádio e confirmou isso, e disse que isso também fazia parte de um
jogo interno político do PDT.
Nós
não aceitamos que usem a saúde pública de Porto Alegre para ganhar eleições.
Nós vamos lutar pela saúde pública, nós vamos lutar pela cidadania, nós vamos
lutar contra a demagogia eleitoral, neste ano. Obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Juarez Pinheiro está com a palavra
em Comunicações, por cedência de tempo da Verª Maria Celeste.
O SR. JUAREZ PINHEIRO: Srª Presidenta, Verª Margarete Moraes, Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores eu, em outro momento, Ver. Bosco, fui impedido,
nesta Casa, de comunicar que havíamos obtido uma liminar junto ao Egrégio
Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, de uma decisão de uma Desembargadora
da 3ª Câmara Civil. Agora, usando o meu tempo, quero, Srª Presidenta,
oficialmente encaminhar uma nova decisão judicial, desta vez, uma decisão da
lavra da Juíza Titular, do 1º Juizado, da 2ª Vara da Fazenda Pública, que
oficialmente vou encaminhar à Presidência. Peço à assessoria que entregue à
Vereadora-Presidenta. É uma decisão, uma sentença, Ver. Braz, relativa a sua
Emenda n.º 12 ao Orçamento, considerando procedente o Mandado de Segurança que
interpusemos como advogado e também como impetrantes, no sentido de que era
absolutamente inconstitucional essa iniciativa. Nesse sentido, aquela
Magistrada entendeu por dar por procedente a nossa sentença. Estamos passando
às mãos da Presidenta, para que possamos voltar aos autos. Queremos comunicar
também a este Plenário e a quem nos assiste que uma tentativa do Ver. Sebenelo
e do Ver. Dr. Goulart, e de outras entidades, na sexta-feira, foi rechaçada
também pelo Tribunal de Justiça do Estado, mais especificamente pela
Desembargadora-Relatora da CPI da Saúde, assim intitulada, no sentido de que os
Vereadores Sebenelo e Dr. Goulart solicitavam, de forma indevida, e usando,
inclusive – vou dizer, Ver. Sebenelo, com tranqüilidade, logicamente, foi a sua
advogada -, citações inverídicas no sentido de que haveria, como V. Exª disse
aqui, três mandados de segurança; foi rechaçada pela Desembargadora Matilde,
que sequer conheceu das petições dos Vereadores Sebenelo e Goulart, porque eles
sequer tinham se legitimado no Primeiro Grau e já queriam entrar na lide de
Segundo Grau.
Comunicadas
essas duas decisões, quero dizer, aqui, caro amigo e Vereador Pujol, homem
extremamente equilibrado, mesmo nos debates mais duros, mais difíceis: tenho me
mantido calado sobre as questões aqui colocadas, porque, apesar de ter mandato
popular e ser Vereador, sou advogado dos mandados de segurança. Este que li
agora, que propus em meu nome, desde o início dizia aqui, no Plenário e na
Comissão de Justiça, que era inconstitucional aprovar uma emenda de 0,25%, e
este Plenário assim não entendeu, e agora a Justiça confirma em sentença.
E
sou autor também, como advogado - no caso o autor realmente do mandado é o Ver.
Darci Campani -, desse mandado que suspendeu a CPI da Saúde.
Quando
eu disse, Ver. Sebenelo, que V. Exª não dizia a verdade, vou dizer o que eu
queria dizer e vou dizer aqui, para que V. Exª entenda, sei que não tem má-fé,
talvez, tenha má-informação da advogada que patrocina a causa.
Nós
ingressamos, aqui, em fevereiro, com Mandado de Segurança, e eram
patrocinadores desse mandado o Ver. Marcelo Danéris, este Vereador, e a Verª
Margarete Moraes.
O
Ver. Sebenelo, me desculpe, mas desesperado, porque não consegue vencer nem em
Primeiro nem em Segundo Grau, misturou as coisas.
Aquele
Mandado de Segurança não teve apreciação, Vereador e amigo Sebenelo, não teve
julgamento de mérito, ele foi indeferido, e V. Exª até leu o despacho da Juíza
de Primeiro Grau.
Não
fez coisa julgada, Ver. Sebenelo. Quando não faz coisa julgada, V. Exª e o Ver.
Dr. Goulart, mesmo como médicos, erraram o diagnóstico para averiguar a saúde.
Deveriam ter feito sabe o quê? Uma Comissão Especial, ou discutir na Comissão
de Saúde. Mas erraram o diagnóstico. Na CPI eu disse isso ao Ver. Goulart
várias vezes, com fraternidade, e não houve julgamento de mérito. E depois,
Ver. Sebenelo, preste atenção: não foi aceito aqui que o PT e o PL formassem um
bloco para participar da CPI. Este é o segundo mandado, e aí a inverdade! O
segundo mandado de segurança não pede anulação da CPI! O segundo mandado de
segurança pede que o Partido dos Trabalhadores e o PL tenham – e têm - o
direito subjetivo, o direito público subjetivo de formar blocos partidários, e
assim o façam! E aí a inverdade! Correto, Ver. Sebenelo? Então, não são três
mandados! São partes diferentes! São causas diferentes! Como é que a sua advogada
foi dizer isso no Tribunal de Justiça? Mentiu! Mentiu no Tribunal! E eu
coloquei numa petição que há improbidade dessa patrocinadora dessa causa,
porque não poderia ter dito isso! Ainda bem que a Desembargadora entendeu! E o
terceiro mandado de segurança, patrocinado pelo Ver. Darci Campani, tem outras
partes, tem outras causas de pedir, tem outros fundamentos, que foi a violação
do princípio da legalidade a partir do momento em que o Ver. João Dib,
ex-Presidente, recebeu o pedido de uma CPI que é uma devassa! O que é vedado
pelo Direito brasileiro! Uma CPI que não tem fato determinado, como manda a
Constituição Federal e a Constituição Estadual! Por isso, Ver. Sebenelo, tinha
me mantido calado, atuando como advogado, mas, frente às mentiras, frente à improbidade
processual da sua patrocinadora nas ações do Tribunal, e no primeiro grau, eu
não me calaria! Porque não é verdade o que foi dito! E digo mais, a
Vereadora-Presidente não precisa de defesa! O Vereador hoje Secretário da
Educação, grande Vereador, grande Deputado José Fortunati, perdeu para mim,
aqui, um mandado de segurança no que tange à proporcionalidade e não recorreu!
A Verª Margarete nem sequer... Eu ainda havia intimado a Câmara de que a Emenda
do Ver. Luiz Braz não tinha prosperado no Tribunal de Justiça, e ela já havia
determinado, sem que tivesse obrigação, de que a Procuradoria da Casa, Ver.
Luiz Braz, recorresse da decisão, mesmo que isso Ver. Luiz Braz, seja em
prejuízo à Administração do Partido a que ela pertence. Essa é a correção da Presidenta!
É isso que tem de se dizer! E eu peço, Presidenta, desculpas se extrapolei um
pouco, mas precisava dizer ao Vereador, meu amigo Cláudio Sebenelo, precisava
dizer a este Plenário, que o tempo de me manter calado terminou! Além de
advogado vitorioso, eu sou Vereador! E qualquer mentira que aqui for colocada
na tribuna, qualquer difamação a um colega terá de mim o rechaço de pronto! E
digo, Ver. Dr. Goulart e Ver. Sebenelo...
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Por favor, Vereador Juarez Pinheiro, seu
tempo acabou.
O SR. JUAREZ PINHEIRO: ...a improbidade processual, como estão
atuando, está levando às derrotas, está levando ao desespero...
(Som
cortado conforme determinação da Presidência dos trabalhos.)
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Encerrado o período de Comunicações.
Diante
da gravidade do pronunciamento do Ver. Cláudio Sebenelo, eu quero falar, na
condição de Presidenta, e dizer, com muita tranqüilidade, que recebi um Pedido
de Informações do Poder Judiciário e que, prontamente, o encaminhei ao setor
competente desta Casa, ou seja, ao órgão que deve responder sobre isso, que é a
Procuradoria da Câmara de Vereadores, e que, uma vez recebidas as informações e
a defesa da Casa, eu as encaminhei, imediatamente, ao Judiciário. Essa função é
uma prerrogativa da Presidência. Não procedem as suas insinuações e quero lhe
dizer que são totalmente injustas. Mesmo assinando um parecer contrário na CCJ,
que foi um parecer sério e considerado denso por todos os Vereadores, inclusive
aqueles que eram contrários a essa posição, eu assumo absoluta responsabilidade
por todos os atos referentes ao cargo que ora ocupo, e não procedem as
insinuações maldosas do Ver. Cláudio Sebenelo.
O SR. LUIZ BRAZ (Requerimento): Vereadora-Presidente, dada a informação
prestada pelo Ver. Juarez Pinheiro, da tribuna, de uma sentença de Primeiro
Grau, com relação a uma Emenda que foi votada aqui neste Plenário e que era uma
Emenda de minha autoria - a Emenda nº 12 -, eu vou solicitar a Vossa Excelência
que consulte a Procuradoria da Casa no sentido de saber qual o remédio
jurídico, acredito que uma apelação, de acordo com a informação que eu tenho do
próprio Ver. Juarez Pinheiro, para que nós possamos continuar discutindo essa
matéria, porque, como é uma matéria de Direito, acho que é extremamente
importante para a Casa - até para que as próximas decisões da Casa possam ser
centradas num fato realmente concreto, e já bastante discutido também no
Judiciário -, que a gente possa realmente prosseguir a discussão no Judiciário.
Agradeço a Vossa Excelência.
O SR. JUAREZ PINHEIRO (Requerimento): Srª Presidenta, eu faço um Requerimento:
que V. Exª, neste momento, receba essa sentença da Srª Magistrada de Primeiro
Grau, do 1º Juizado da 2ª Vara da Fazenda Pública, para que eu possa juntar aos
autos o seu recebimento.
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Obrigada, Ver. Juarez Pinheiro, quero
responder ao Ver. Luiz Braz que farei as consultas necessárias e, tão logo eu
tenha essa resposta, eu lha darei.
O
Ver. Dr. Goulart está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. DR. GOULART: Srª Presidenta desta Casa, Verª Margarete
Moraes, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores. Ver. Marcelo Danéris, se
está tudo bem abaixo do Equador, se
não há problema nenhum, se estão aplicando direito os recursos, se não estão
fazendo assédio moral, se não estão contratando três, quatro, cinco vezes a
mesma pessoa, se não estão morrendo pessoas, se não estão faltando exames, V.
Exª tem de pedir a CPI! Tem de ser a favor da CPI, Partido dos Trabalhadores!
Partido das gentes! Dos esquecidos! Tem de pedir, porque, aí, esta Casa, o
Judiciário, a opinião pública, a imprensa vão lhe dar um atestado de idoneidade
do qual V. Sª corre, porque não tem certeza do que vai acontecer. Se não tem
problema, deixa sair a CPI, meu caro Vereador, deixa sair...! Vossa Excelência
tem medo da CPI, porque existe gente que vai ser presa, existe gente que vai
ser afastada! Vai acontecer um monte de coisas! É por isso que não querem
fazer. Vejam só (Lê.): “Invasor destrói computadores da Prefeitura a
marteladas.” “Campos disse que a invasão foi um protesto contra a qualidade do
atendimento médico na Capital. Ele teria enfrentado dificuldades para ser
atendido num posto de saúde, mas não quis ser medicado após a prisão”. E não
querem que faça CPI!
Outra
coisa: Ver. Marcelo Danéris, V. Exª entende que conhece as coisas da Saúde e
quer defender, e isso está lhe tomando a personalidade de uma maneira tal, que
V. Exª está dando diagnóstico! Está chegando aqui na tribuna e dando
diagnóstico! Está dizendo que S. Exª o nobre Vereador Cláudio Sebenelo é
histérico, tem manifestações de histeria - e isso é HY, isso tem CID; essa
conclusão é dada por médico, Excelência! Vossa Excelência está fazendo
curandeirismo! Não é nem charlatanismo, é curandeirismo, porque V. Exª não pode
dar diagnóstico! É proibido dar diagnóstico!
Então,
meus caros, o que nos espanta? Espanta-nos, neste momento nacional, o Partido
dos Trabalhadores, que quis investigar até os banheiros do Palácio Piratini e
não quer ser investigado agora, na coisa que mais nos incomoda, mais nos faz
planger, mais nos faz chorar, que é a saúde! Por que, Excelência? Porque há
coisas que não podem aparecer! Há um monte de erros. O que disse a
Desembargadora? “Nós não queremos a CPI, porque a CPI vai manchar
personalidades políticas desta Cidade numa época de eleição”. Ela disse isso,
está escrito nos autos! Ela não quer que manche personalidades, porque ela sabe
que vai manchar!
Quanto
à Câmara dos Vereadores, como está sendo maltratada! Primeiro um Vereador entra
contra a decisão da Câmara, e outro brilhante Vereador usa todo o seu
conhecimento contra a sua Câmara! Contra a sua família! Contra quem defende o
povo! Contra quem é o último esteio de quem precisa, que é o Parlamento
representativo desse próprio povo! Excelência Juarez Pinheiro, um homem que
conhece saúde, que conhece Direito e que usa o seu trabalho contra os pobres
coitados das filas! Os desesperados! Que feio! Que ruim para nós todos! E,
quanto à minha nobre e querida Presidenta, que azar! Que azar que lhe pega a
CPI neste momento em que ela tem de dar um parecer contra a CPI, enquanto ela
faz parte da CCJ e depois tem de ficar se cuidando para ver como vai fazer,
como vai encaminhar, porque ela tem de defender a Câmara! O que a Câmara disse?
Queremos CPI! Queremos CPI – diz a Câmara! A nossa Presidenta fica engessada!
Ou ela vai sair do Partido dos Trabalhadores? Não. Ela vai pedir demissão do
cargo? Não. O que vai fazer?
Tenho
em minhas mãos a primeira defesa feita pela Câmara, com 24 laudas, que não foi
assinada – e isso aparecerá em juízo, depois; e há a segunda, que foi assinada,
mas foi assinada por um funcionário que é filiado ao PT. A segunda é um Pedido
de Informações.
Então,
meus queridos Vereadores, a Câmara vai ficar assim, amorfa frente a esses
fatos? Vai ficar quieta frente a isso? Onde é que está o cuidado com o nosso
povo? Está em suas mãos, Vereadores! Nós não podemos permitir, neste momento,
em que o Partido dos Trabalhadores governa a Cidade e também a Câmara dos
Vereadores, que fiquem em suas decisões, contra o pensamento da Câmara, para
defender o Executivo que é do Partido dos Trabalhadores. Vereadores, nós
precisamos tomar alguma providência! As pessoas sofrem! Em cada casa de Porto
Alegre que depende de SUS tem uma pessoa esperando uma consulta que não vem
nunca, um exame que não vem nunca, uma cirurgia que não vem nunca, um remédio
que não vem nunca. Isso é uma verdade incontestável!
Está
em suas mãos, Srs. Vereadores, o cuidado desta pobre gente que dependeu de todo
mundo e não foi cuidada, e que depende de nós. (Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Beto Moesch está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR. BETO MOESCH: Srª Presidenta, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, o assunto que tem chamado a atenção de todos,
vendo ou não o Guaíba, porque isso nós sentimos nas torneiras, é a
transformação do que há de mais importante na Cidade de Porto Alegre: o Guaíba.
Porto
Alegre sequer existiria se não fosse o Guaíba. O que seria de Porto Alegre,
Ver. João Bosco Vaz, sem o nosso Guaíba? Nós, às vezes, damos as costas a este
manancial dos mais ricos, dos mais importantes da região Sul do País, mas é o
que há de mais importante na Cidade de Porto Alegre.
Com
a estiagem que afeta todo o Estado do Rio Grande do Sul, o Guaíba está-se
transformando totalmente, Ver. João Antonio Dib, que foi Diretor-Geral do DMAE,
e as algas se proliferam no Guaíba, se proliferam por causa da estiagem, que é
um fator natural, mas também por fatores humanos. O esgoto continua sendo
lançado, de forma fantástica, pela Cidade de Porto Alegre neste manancial de
que nós dependemos. E esses nutrientes, o esgoto e um pouco também de
agrotóxicos, fazem com que as algas se proliferem, Ver. Pujol, afetando
completamente a qualidade da água do Guaíba, e a Prefeitura teima em não tratar
os esgotos que chegam ao Guaíba.
A
estiagem está aí, diminui o volume de água do Guaíba. O arroio Dilúvio, sem
tratamento, e todos os demais 28 arroios de Porto Alegre que chegam ao Guaíba,
continuam sem nenhum tipo de tratamento, o que alimenta as algas e faz com que
elas se proliferem.
O
método de tratamento de esgoto da Cidade, que é pequeno, 25% do cloacal, embora
o pluvial que recebe o cloacal não tem tratamento, são de lagoas de decantação
- Ipanema, agora quer-se Serraria e Belém Novo -, isso prolifera algas. Esse
tipo de tratamento de esgoto por lagoas de decantação proliferam ainda mais
algas. Portanto, teria de se fazer também o tratamento dessas lagoas de
decantação antes de chegarem ao Guaíba, porque isso alimenta ainda mais as
algas.
O
DMAE sabe disso, mas não tem feito absolutamente nada para evitar isso, e nós
estamos sendo afetados pela qualidade da água. Vejam o chá que estamos tomando,
o chimarrão que estamos tomando, está afetado, o gosto está alterado, porque a
qualidade da água do Guaíba está alterada.
Porto
Alegre, por intermédio do DMAE, por intermédio da Prefeitura, quer aumentar o
tratamento de esgoto, no que nós somos favoráveis, por intermédio do Projeto
Sócioambiental, um megaprojeto de 115 milhões de dólares. Nós somos favoráveis,
pois achamos que Porto Alegre deve priorizar o tratamento de esgoto, mas também
é por lagoa de decantação, em que as algas se proliferarão ainda mais. Só que
para esse projeto também não há financiador, não há financiamento. E mesmo
assim, no ano passado, o Programa Cidade
Viva disse que, em sete anos, nós poderemos, todos, nos banhar novamente no
Guaíba. Mas como, se não há financiador para o Projeto?
Como
é que a Prefeitura engana tanto a Cidade de Porto Alegre e a sua população,
gastando verbas públicas, dizendo uma inverdade? Este Projeto que nós somos
favoráveis com algumas alterações não tem financiador ainda. Como dizer que
vamos nos banhar daqui a sete anos - para nos banharmos, dependemos deste
Projeto – se não há financiador? O Projeto nem começou a ser operado, a ser
construído! E o mais grave: a qualidade de água do Guaíba está afetada
justamente por uma má gestão ambiental e das águas da Cidade de Porto Alegre.
Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Carlos Pestana está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR. CARLOS PESTANA: Srª Presidenta, Verª Margarete Moraes, Vereadores
e Vereadoras desta Casa, eu estava ouvindo atentamente a fala do Ver. Dr.
Goulart, que acusou, aqui, o nosso colega, Ver. Marcelo Danéris, de dar
diagnóstico sem estar habilitado, ou seja, de curandeiro. Mas vejam que o Ver.
Dr. Goulart sentiu-se muito à vontade para dar parecer jurídico, o nosso rábula
aqui da Câmara, perfeitamente habilitado e capacitado, contrariando decisões da
Desembargadora. Essa capacidade ele tem. Então, é algo que nos impressiona e
nos deixa muito impactados.
É
louvável o esforço que fazem alguns parlamentares da Oposição com o objetivo de
querer criar fatos que não existem. É louvável o esforço que fazem alguns
parlamentares desta Casa de querer constituir uma CPI, sob o pretexto de que
ela, efetivamente, traria soluções para as questões da Saúde no nosso
Município; o que é um profundo engano. Sempre é bom registrar que todas as
denúncias, Ver. Dr. Goulart – Vereador pelo qual tenho profundo respeito -, que
foram encaminhadas na COSMAM, na época tendo como Presidente o Ver. Beto
Moesch, presente aqui, e todas elas com a concordância do nosso Partido, foram
encaminhadas para o Ministério Público, todas elas estão sendo averiguadas.
Mas
com o que não se conformam os Vereadores da Oposição é que o Judiciário, que é
o responsável, o guardião da legislação, tem dito insistentemente que as CPIs
criadas nesta Casa são totalmente ilegais. E sobre isso nós não podemos fazer
nada. Seria muita coisa pedir para a nossa Bancada, para o nosso Partido, que
abrisse mão de um direito nosso de recorrer à Justiça. Agora, quem determina a
não-realização da CPI não somos nós, e sim, o Judiciário. E graças, em parte, à
habilidade do nosso colega Juarez Pinheiro, mas, também, de outra parte, aos
verdadeiros absurdos que se constroem nesta Casa é que a gente tem sido,
sistematicamente, vitorioso - é por essa razão.
E
eu faço minhas as palavras do Ver. Marcelo Danéris, quando disse que,
infelizmente, os grandes temas, como os 250 milhões de reais que o Estado não
investiu em Saúde, nunca são discutidos e nunca são debatidos aqui nesta Casa.
Talvez, se nós tivéssemos, por parte do Vereador, essa mesma energia, essa
mesma disposição, essa mesma indignação de se queixar junto ao Governador
Germano Rigotto, por esse crime que ele está fazendo junto à Saúde, porque tudo
isso que foi falado, nada se aproxima dos 250 milhões de reais que o Governador
cortou da Saúde. Sem falar da forma como está tratando o conjunto dos
servidores que, felizmente, hoje, receberam a segunda parcela do seu salário.
Então,
é importante fazer esse registro, sob pena de passar para as pessoas que nos
assistem, em particular àqueles que nos assistem pelo Canal 16, que nós estamos
criando qualquer tipo de obstáculo para se verificar qualquer denúncia, o que
não é verdade. Ao contrário, o nosso Governo, este ano, decretou o Ano da
Saúde, porque, efetivamente, quer resolver os problemas da Saúde. Mais do que
um discurso, é uma prática, tanto do ponto de vista de apoiar o então
Presidente desta Comissão, Ver. Beto Moesch, no sentido de dar transparência,
de apurar as denúncias que foram feitas, mas, também, por meio do nosso
Governo, de promover ações. Se não vão resolver de todo – porque o problema da
Saúde é complexo -, certamente vão resolver em boa parte. Com certeza, essa é a
iniciativa, essa é a postura do meu Partido, o Partido dos Trabalhadores. Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Paulinho Ruben Berta está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. PAULINHO RUBEN BERTA: Srª Presidente, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, é um prazer retornar ao convívio dos nobres
Vereadores e desta Casa. Eu gostaria, pelo pouco tempo que venho aqui, de
fazer, hoje, um pedido à Bancada do Partido dos Trabalhadores.
Sabem
como é o Orçamento Participativo na nossa região e em toda a Porto Alegre: é
uma luta entre os bairros e as vilas para conseguir as poucas coisas que
conquistamos no Orçamento Participativo.
No
Conjunto Residencial Rubem Berta, uma comunidade com mais de 30 mil moradores,
a luta na busca do asfalto, da pavimentação daquele conjunto habitacional, é
fantástica.
Na
época do Orçamento Participativo, se fica até às 10h, 11h da noite numa luta
desenfreada, buscando essa pavimentação, disputando-a numa luta entre o Passo
das Pedras, o Jardim Ingá, o Costa e Silva, enfim, entre todas as vilas e
bairros daquela região, para, depois, ficarmos cinco anos ou mais sem a obra
conquistada no Orçamento Participativo, que está gravada no OP.
Nós
temos hoje, lá, núcleos que conquistaram o asfalto, a pavimentação, o esgoto, e
não foram feitos. Temos núcleos em que a empreiteira foi contratada, colocada
lá, e simplesmente se retirou, deixou tudo como estava, fez uma esculhambação,
com lixo espalhado para tudo que é lado, não há um operário trabalhando nessas
obras.
Nós
gostaríamos aqui, por meio da Câmara de Vereadores, de solicitar ao Partido dos
Trabalhadores que fizesse uma vistoria nisso e desse andamento a essas obras
que não foram dadas pela Prefeitura, mas conquistadas pela população. A
população esteve lá, durante noites e noites, no Orçamento Participativo, sob
pena de o Orçamento Participativo em Porto Alegre estar começando a se
entregar, a entregar os pontos.
É
uma solicitação que eu faço em nome da Associação de Moradores do Conjunto
Residencial Rubem Berta. O que estava ruim foi estragado pela Administração,
que não colocou asfalto, contratou uma firma, botou lá, a firma saiu de lá, não
deu satisfação e nada mais foi feito.
Gostaria
muito de que o Partido dos Trabalhadores tomasse alguma posição e nos desse
resposta sobre isso aí. Muito obrigado, Srª Presidente.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Passamos à
PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR
(05 oradores/05 minutos/com aparte)
1.ª SESSÃO
PROC.
N.º 3037/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 192/02, de autoria da Verª Maria Celeste, que
denomina Rua Elias um logradouro público cadastrado, localizado no Bairro Lami.
Com Emenda n.º 01.
PROC.
N.º 0065/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 003/04, de autoria do Ver. Dr. Goulart, que
declara de utilidade pública a Comunidade Evangélica Luterana São Paulo.
PROC.
N.º 0286/04 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N.º 001/04, que autoriza a desafetação do uso
especial de imóvel do domínio público municipal e sua dação em pagamento da
indenização por desapropriação amigável das áreas dos imóveis destinados ao
Terminal Triângulo, na Av. Assis Brasil, e dá outras providências.
PROC.
N.º 0287/04 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N.º 002/04, que desafeta da destinação de uso comum
do povo próprio municipal para fins de regularização fundiária através de
concessão de Direito real de Uso.
PROC.
N.º 0288/04 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N.º 003/04, que autoriza a alienação de próprio
municipal ao Condomínio Edifício Ilana e dá outras providências.
PROC.
N.º 0318/04 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO N.º 001/04, de autoria da Verª Clênia Maranhão, que
altera dispositivos da Lei Complementar n.º 320, de 2 de maio de 1994, e
alterações posteriores, que dispõe sobre a denominação de logradouros públicos
e dá outras providências.
PROC.
N.º 0619/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 029/04, de autoria do Ver. Raul Carrion, que
institui a Semana Municipal do Artesanato e dá outras providências.
PROC.
N.º 2366/03 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 107/03, de autoria do Ver. Reginaldo Pujol, que
oficializa, no âmbito do Município, a Feira Agropecuária da Produção Primária
de Porto Alegre (FEPOAGRO) e dá outras providências.
PROC.
N.º 5890/03 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 427/03, de autoria do Ver. Sebastião Melo, que
dispõe sobre a instalação, sinalização, contratação e utilização de
controladores eletrônicos de velocidade e de semáforos nas vias públicas de
Porto Alegre e dá outras providências.
PROC.
N.º 6978/03 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO N.º 014/03, que altera a Lei Complementar n.º
434/99, compatibilizando-a com o Estatuto da Cidade, Lei Federal n.º 10.257/01.
PROC.
N.º 7028/03 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 124/03, de autoria do Ver. João Carlos Nedel,
que concede o título honorífico de Líder Comunitário ao Cônego Aleixo Bottan.
PROC.
N.º 0122/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 017/04, de autoria do Ver. Beto Moesch, que
dispõe sobre o tratamento dos passeios públicos e dá outras providências.
PROC.
N.º 0340/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 023/04, de autoria do Ver. Luiz Braz, que
institui o Dia do Trabalhador Gráfico.
PROC.
N.º 5232/03 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 388/03, de autoria do Ver. Dr. Goulart, que
autoriza o Executivo Municipal a conceder benefício financeiro de um salário
mínimo a Ivo Lemes Camargo Pedroso e dá outras providências.
PROC.
N.º 6917/03 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 123/03, de autoria do Ver. Raul Carrion, que
destina Sessão Solene anual em comemoração ao Dia do Trabalhador, na Câmara
Municipal de Porto Alegre.
PROC.
N.º 7052/03 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 482/03, de autoria do Ver. Raul Carrion, que
institui o Dia Municipal da Literatura e do Folclore Brasileiros e dá outras
providências.
PROC.
N.º 0855/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 036/04, de autoria da Verª Maria Celeste, que
proíbe a cobrança de consumação mínima ou consumação obrigatória em bares,
boates, danceterias, casas de show e similares no Município de Porto Alegre.
PROC.
N.º 0882/04 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 052/04, de autoria do Ver. João Carlos Nedel,
que concede a Comenda Pedro Weingärtner ao Senhor Altair Roberto Fulginiti.
PROC.
N.º 0895/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 040/04, de autoria do Ver. Pedro Américo Leal,
que concede o título honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Senhor Alcibio
Mesquita Bibo Nunes.
2.ª SESSÃO
PROC.
N.º 4393/03 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 078/03, de autoria da Verª Margarete Moraes, que
concede o “Troféu Destaque Mário Quintana” ao Colunista Social Paulo Raymundo
Gasparotto.
PROC.
N.º 5222/03 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 385/03, de autoria do Ver. Wilton Araújo, que
concede o título honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Maestro Manoel Luiz
Mota Dias.
PROC.
N.º 7088/03 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 125/03, de autoria do Ver. Raul Carrion, que
concede o troféu Honra ao Mérito ao Senhor Leonid Streliaev.
PROC.
N.º 0066/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 004/04, de autoria do Ver. Dr. Goulart, que
denomina Praça Padre Mário Tarani um logradouro público cadastrado, localizado
no Bairro Vila Ipiranga.
PROC.
N.º 0073/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 005/04, de autoria da Verª Margarete Moraes, que
concede o título honorífico de Cidadã de Porto Alegre à Estilista Milka Wolff.
PROC.
N.º 0815/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 034/04, de autoria do Ver. Zé Valdir, que
denomina Complexo Esportivo Cidinho o campo de futebol e as quadras
poliesportivas situados junto ao Centro de Comunidade Vila Elisabeth, no Bairro
Sarandi.
PROC.
N.º 0874/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 038/04, de autoria da Verª Maristela Maffei, que
denomina Rua dos Colibris um logradouro público cadastrado, localizado no
Bairro Lomba do Pinheiro.
PROC.
N.º 6977/03 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO N.º 013/03, que altera a Lei Complementar n.º
434/99, acrescentando o mapa da malha viária básica do Município e
estabelecendo diretrizes para rede multimodal de transporte público de Porto
Alegre.
PROC.
N.º 0042/04 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 002/04, de autoria do Ver. Raul Carrion, que
concede o prêmio Quilombo dos Palmares a Pelópidas Thebano, na modalidade
atuação na área artístico-cultural; ao Ministro Joaquim Barbosa, na modalidade
atuação política e social, e a Walter Calixto Ferreira (Borel), na modalidade
atuação na área afro-religiosa.
PROC.
N.º 0047/04 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 003/04, de autoria do Ver. Raul Carrion, que
concede o Prêmio de Cidadania e Direitos Humanos Herbert de Souza à Fundação
Diocesana Pão dos Pobres de Santo Antônio.
PROC.
N.º 0053/04 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 005/04, de autoria do Ver. Dr. Goulart, que
concede o Prêmio Mário Rigatto ao Dr. Gustavo Py Gomes da Silveira.
PROC.
N.º 0055/04 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 006/04, de autoria do Ver. Dr. Goulart, que
concede o prêmio artístico “Lupicínio Rodrigues” ao Cantor e Compositor
Gilberto Monteiro.
PROC.
N.º 0888/04 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 053/04, de autoria da Mesa Diretora, que altera
a Lei municipal n.º 5.811/86 (Sistema Classificado de Cargos e Funções da Câmara
Municipal de Porto Alegre), com a mudança da definição de classe que passa a
ser a mesma estabelecida pela Lei Complementar municipal n.º 133/85 (Estatuto
do Funcionário Público do Município de Porto Alegre) e dá outras providências.
PROC.
N.º 0125/04 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 038/04, de autoria da Verª Maristela Maffei, que
concede o Prêmio de Cidadania e Direitos Humanos Herbert de Souza à Empresa
Restinga Transportes Coletivos Ltda.
PROC.
N.º 0350/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 024/04, de autoria do Ver. João Bosco Vaz, que
concede o título honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Senhor Amauri Flores
Bueno.
PROC.
N.º 0492/04 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 050/04, de autoria do Ver. Raul Carrion, que
concede o Prêmio Mérito Sindical à Federação dos Trabalhadores nas Indústrias
Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico do Estado do Rio Grande do Sul.
PROC.
N.º 0635/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 031/04, de autoria do Ver. Wilton Araújo, que
denomina Complexo Cultural Carlos Alberto Barcelos – Roxo – a pista oficial de
eventos e desfiles carnavalescos e sua estrutura.
PROC.
N.º 0773/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 033/04, de autoria do Ver. Valdir Caetano, que
autoriza o Executivo Municipal a instituir o sistema público de vigilância
eletrônica na cidade de Porto Alegre.
PROC.
N.º 0843/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 035/04, de autoria do Ver. João Antonio Dib, que
concede o título honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Senhor Mario Salomão
Sada.
PROC.
N.º 0856/04 - PROJETO DE EMENDA À LEI ORGÂNICA N.º 001/04, de autoria do Ver. Nereu D’Avila, que dá
nova redação ao “caput” do art. 51 da Lei Orgânica do Município de Porto
Alegre. (Recesso)
PROC.
N.º 0873/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 037/04, de autoria da Verª Maristela Maffei, que
denomina Rua das Margaridas um logradouro público cadastrado, localizado no
Bairro Lomba do Pinheiro.
3.ª SESSÃO
PROC.
N.º 6497/03 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 121/03, de autoria dos Vereadores Margarete
Moraes e Reginaldo Pujol, que concede o Prêmio Tradicionalista Glaucus Saraiva
ao Conjunto de Folclore Internacional “Os Gaúchos”.
PROC.
N.º 6952/03 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 478/03, de autoria do Ver. João Carlos Nedel,
que denomina Rua Luís Felipe Monmany um logradouro público cadastrado,
localizado no Bairro Espírito Santo.
PROC.
N.º 6953/03 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 479/03, de autoria do Ver. João Carlos Nedel,
que denomina Rua Carlos Frederico Albers um logradouro público cadastrado,
localizado no Bairro Espírito Santo.
PROC.
N.º 6958/03 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 480/03, de autoria do Ver. Carlos Alberto
Garcia, que denomina Rua Antonio Nunes Vieira um logradouro não-cadastrado,
localizado no Bairro Restinga.
PROC.
N.º 6960/03 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 481/03, de autoria do Ver. Carlos Alberto
Garcia, que denomina Rua Hortencio Machado de Lima um logradouro
não-cadastrado, localizado no Bairro Restinga.
PROC.
N.º 0082/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 012/04, de autoria da Verª Margarete Moraes, que
denomina Rua Ivaldo Roque um logradouro público não-cadastrado, localizado no
Loteamento Chapéu do Sol.
PROC.
N.º 0085/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 015/04, de autoria da Verª Margarete Moraes, que
denomina Rua Pedro Raimundo um logradouro público não-cadastrado, localizado no
Loteamento Chapéu do Sol.
PROC.
N.º 0086/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 016/04, de autoria da Verª Margarete Moraes, que
denomina Rua Luiz Sérgio Metz um logradouro público não-cadastrado, localizado
no Loteamento Chapéu do Sol.
PROC.
N.º 0118/04 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 036/04, de autoria do Ver. Isaac Ainhorn, que
concede o troféu Honra ao Mérito ao Senhor Pedro Zaluski.
PROC.
N.º 0132/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 019/04, de autoria do Ver. João Carlos Nedel,
que denomina Rua Alfredo Placides da Silva um logradouro público
não-cadastrado, localizado no Bairro Jardim Lindóia.
PROC.
N.º 0134/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 020/04, de autoria do Ver. João Carlos Nedel,
que denomina Rua João Ernesto Schmidt um logradouro público não-cadastrado,
localizado no Bairro Jardim Itu Sabará.
PROC.
N.º 0284/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 022/04, de autoria do Ver. Isaac Ainhorn, que
denomina Praça Symcha Melon um logradouro público cadastrado, localizado no
Loteamento Moradas da Hípica.
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. João Antonio Dib está com a
palavra para discutir a Pauta.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª Presidenta Verª Margarete Moraes, Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores, minhas senhoras e meus senhores, no mundo há
algumas verdades. Por exemplo, só existem duas coisas: o certo e o errado.
Presidente preside, e V. Exª, Srª Presidenta, tem presidido. Mas é verdade
também que com esses dois documentos aqui eu posso fazer uma pequena Comissão
Parlamentar de Inquérito sobre a Saúde, lá na Comissão de Finanças, e vou pedir
a ajuda do Dr. Humberto Goulart, porque dá para fazer, sem dúvida nenhuma.
(Mostra documentos.) Isso aqui é fato concreto, legítimo, e eu vou fazer.
Eu
disse antes que não entendo essa tal de Prefeitura que aí está, com tanta gente
que não sei se é necessária, porque, por exemplo, hoje, nos 19 Projetos que
estão em primeiro dia de Pauta, quatro são do Executivo. Um já deveria estar
aqui há muito mais tempo, porque se refere à Lei nº 10.257/01, que é o Estatuto
da Cidade. Ontem, com a nossa assessoria, com o nosso querido Cláudio Ferraro, discutimos que não havia chegado, era
incrível que não tivesse vindo a esta Casa. Veio, mas sem nenhuma informação maior.
Mas está aqui, não podem dizer que não veio. Vou ler primeiro este (Lê.) “A
Prefeitura quer vender uma pequena área”. Eu não vejo por que não vender, mas
este Processo - que só chegou aqui agora - é do ano de 1999; cinco anos. Agora,
dá a impressão para quem olha que é um Processo bem feito, mas é muito
malfeito. Uma Procuradoria de 60 procuradores. E querem mais. Não há uma
palavra da Procuradoria! Eu nunca tinha visto uma Prefeitura que gasta tanto
dinheiro e que não usa a Procuradoria para saber se é certo ou se é errado, se
pode ou se não pode. Mas que Prefeitura é esta? Só está aí para pedir 11% sem
saber o porquê de ser 11%, dizer meio a 2% sem dizer por quê. Estão aí! Aí
estão sempre presentes.
Aqui tem outro Projeto. Uma maravilha de Projeto! Eles estão
desafetando área de uso comum do povo. E eu espero, honestamente, que esta Casa
saiba lembrar que todos juramos que cumpriríamos a Lei Orgânica. Esse Processo,
que é do ano de 2000, já está no quarto ano, desafeta uma área de uso comum do
povo. E a Lei Orgânica que nós todos - os 33 Vereadores, Srª Presidente -
juramos cumprir diz claramente no art. 238 (Lê.): “As áreas verdes, praças,
parques, jardins, unidades de conservação e reservas ecológicas municipais são
patrimônio público inalienável”. Em área verde não se mexe. Esta Casa já fez
isso sim, contra o meu voto; perdi por 26 votos contra mim. Só eu votei contra.
Era ao lado do Country Club, tinha de desafetar, porque interessava
desvalorizar. Era a Cosme e Galvão, ajuda-me o Ver. Juarez Pinheiro. Mas,
realmente, foi um absurdo. Uma praça foi desafetada para colocar amiguinhos e
amigos, alguns tão mal situados na vida que tinham três, quatro automóveis e
possuíam indústria no local, mas foram localizados.
O Sr. Juarez Pinheiro: V. Exª permite um aparte?
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Eu daria um aparte a V. Exª, mas eu só
tenho nove segundos e eu não quero ultrapassar o meu tempo. Sou muito grato.
Saúde e PAZ!.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Carlos Alberto Garcia está com a
palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente. A Verª Maristela Maffei está
com a palavra para discutir a Pauta.
A SRA. MARISTELA MAFFEI: Srª Presidenta, Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores, hoje pela manhã, lendo o jornal,
lia com atenção um artigo de um jornalista da nossa Cidade que falava sobre os
Projetos tramitando aqui na nossa Casa e tecia comentários sobre as questões de
denominação de ruas e titulações. Quero dizer que, com relação à questão da
denominação de ruas - ao menos aos Projetos de minha autoria -, fico muito
tranqüila e gostaria também de externar a esse comunicador, com todo o
respeito, que toda vez que esta Vereadora elabora um Projeto de denominação de
rua nós conversamos com a nossa comunidade, passamos pela associação de
moradores e, depois, encaminhamos para esta Casa. Acho que deveria ser uma
regra para todos nós, mas, enfim, cada um sabe do seu mandato e a forma com que
encaminha. Mas faço um apelo aos nobres Pares: que esta conduta seja um procedimento,
se não legal, no mínimo ético com as comunidades e com a nossa Cidade.
Gostaria
de falar sobre este Projeto de Lei do Executivo que diz respeito ao Direito
Real de Uso, em que se trata da desafetação. Nós sabemos que muitas e muitas
áreas da nossa Cidade, num contexto público, hoje já estão com comunidades ali
constituídas. Portanto, são loteamentos irregulares, e, ainda por cima, estão
ocupando uma área pública. Esse Projeto do Executivo Municipal vem no sentido
de fazer o desafetamento dessas áreas, regularizando e podendo melhorar a sua
infra-estrutura e também fazendo com que as pessoas possam ter seus direitos
enquanto moradores, pagando impostos e sabendo que neste Projeto permanece o
solo, a terra com o Município, porém, suas casas são posse dos moradores.
Outro
Projeto, sobre o qual ontem o Ver. Pujol aqui conversou, é o Projeto de autoria
desta Vereadora que institui o Prêmio Herbert de Souza à Empresa Restinga. Mas,
antes da questão de ser um empresário da Empresa Restinga que serve à nossa
comunidade, há ali um trabalho social muito sério. E somente quem conheceu o
caminho da sopa, da fome, quem já tomou sopa, reconhece este tipo de trabalho
social.
Conversando
com o Ver. Pujol, convidei-o para que fosse co-autor desse Projeto, o que aceitou
de pleno. Portanto, esse Projeto deixa de ser apenas desta Vereadora, que tem
lá naquela empresa dois conterrâneos – um motivo a mais para fazer essa
homenagem -, o Sr. Diretor-Presidente e um dos diretores, o Sr. Roni, da cidade
de Lajeado.
Portanto,
sinto-me muito honrada em fazer esse Projeto pelos encaminhamentos sociais
naquela comunidade e também pelo percentual com que os trabalhadores daquela
região estão sendo incluídos, por meio de um acordo com aquela comunidade para
poderem trabalhar.
Essa empresa é uma das
poucas que instituíram o primeiro emprego, bem como a empresa Zaffari.
Como tantos outros Prêmios que nós vamos trabalhar aqui,
esse foi mais um e, com certeza, vai exatamente no viés daquilo que traz
respeitabilidade, daquilo que traz um retorno, num trabalho compartilhado entre
a comunidade e a iniciativa privada.
De
qualquer forma, Srª Presidenta, saindo um pouco da Pauta e já terminando a
minha fala, acho profundamente lamentável e de muito mau tom as escolas que
alguns colegas Vereadores buscam no sentido de teatralizar aqui nesta Casa.
Acho que nós deveríamos levar mais a sério e, quando perdermos, termos a
capacidade e a humildade de dizer: “Olha, não fui bem nessa tese, portanto, vou
tentar outra". É o caso da questão da Saúde. E Porto Alegre, com certeza,
sem essa CPI eleitoral vai ganhar, e muito. Muito obrigada. E meu respeito e
consideração pela companheira, colega e Presidenta desta Casa.
(Não
revisto pela oradora.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Obrigada, Verª Maristela Maffei.
A
Verª Maria Celeste está com a palavra para discutir a Pauta.
A SRA. MARIA CELESTE: Srª Presidenta Verª Margarete Moraes, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, senhoras e senhores, quero fazer uma referência
também aos Projetos em Pauta no dia de hoje, vários com nominação de rua.
Eu
tenho dito nesta Casa, assim como a Verª Maristela Maffei, que, muitas vezes,
nós somos questionados por trabalharmos Projetos de nominação de ruas. Parece
ser isso uma coisa menor da atuação parlamentar. Quem conhece a Cidade de Porto
Alegre e quem conhece, principalmente, o cidadão e a cidadã da Cidade sabe da
importância da colocação de um nome em uma rua de uma determinada vila, de um
determinado bairro. E, mais do isso, sabe o que significa poder, uma correspondência
chegar à sua casa, por terem nome as ruas da sua vila.
O
que me parece, às vezes, um excesso dos nobres Pares desta Casa é que, no afã
de querer nominar ruas e de apresentar Projetos, os Vereadores acham-se no
direito - e é da atuação de cada Parlamentar desta Casa - de fazer isso, muitas
vezes - eu tenho presenciado isso também - sem que a própria comunidade, sem
que o próprios moradores saibam que estão sendo nominadas determinadas ruas com
nomes que os Vereadores acham por bem colocar.
Então,
eu quero reiterar, aqui, no início da minha fala, a fala da Verª Maristela
Maffei, quando ela diz da necessidade de nós respeitarmos os nossos cidadãos,
as nossas cidadãs da Cidade de Porto Alegre no que diz respeito ao
encaminhamento dos Projetos, principalmente de nomes de ruas.
A
segunda referência que eu gostaria de fazer é a um Projeto meu - Projeto de Lei
do Legislativo -, que está em primeira Sessão de Pauta hoje. Ele traz a
seguinte questão: proíbe a cobrança de consumação mínima, ou a consumação obrigatória,
em bares boates, danceterias, casas de shows
e similares, no nosso Município. Esse é um dos problemas mais sérios que nós
temos enfrentado como consumidores.
Eu
quis fazer essa referência justamente no mês de março, que é o mês de defesa
dos direitos não só da mulher, mas o 15 de março é o Dia de Defesa dos Direitos
do Consumidor, instalado nesta Cidade, no nosso País. Eu quis também colaborar
com a nossa luta, trazendo este Projeto para ser avaliado.
A
Constituição Federal de 1988, no seu art. 23, inc. I, e também o Código de
Defesa do Consumidor, no seu art. 6o, já dão garantias normativas para que o
cidadão não seja vítima de práticas abusivas como essa ou lhe sejam impostas no
seu fornecimento de produtos e serviços.
O
que nós constatamos, quando saímos e vamos a um bar, a uma danceteria, a algum
lugar público, é que, além de ser cobrado o ingresso para podermos entrar,
exige-se uma consumação mínima, cobrada das pessoas nesses locais. E, por conta
disso, o consumidor paga duplamente, sente-se lesado.
Nós,
então, queremos, aqui, trazer essa discussão, porque esse atual sistema de
cobrança de serviços tem de ser avaliado. Ele tem de ser estudado, ele tem de
ser modificado sob a perspectiva e a garantia dos direitos dos nossos
consumidores, previstos em lei. Assim, nós queremos trazer essa discussão para
esta Casa.
Quero propor também ao Presidente da minha Comissão, a
Comissão de Defesa do Consumidor e Direitos Humanos, Ver. Cassiá Carpes, que
possamos fazer um debate na nossa Comissão com a proposta e o objetivo deste
Projeto, trazendo os consumidores, trazendo os comerciantes, para que se possa,
efetivamente, colocar essa discussão em Pauta, não só nesta Casa, mas na Cidade
de Porto Alegre, na busca da garantia dos direitos dos nossos consumidores, na
defesa dos seus direitos numa situação tão importante quanto essa, que parece
tão corriqueira, parece tão despercebida, mas que é significativa para todos
nós. É mais uma cobrança, mais uma taxa abusiva que recai sobre nós,
consumidores. Muito obrigada, Srª Presidente.
(Não
revisto pela oradora.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Raul Carrion está com a palavra
para discutir a Pauta.
O SR. RAUL CARRION: Excelentíssima Verª Margarete Moraes,
demais Vereadoras, Vereadores, todos que nos assistem, por uma razão da
tramitação na Casa, nós temos, no dia de hoje, na Pauta, inúmeros Projetos de
nossa autoria, que se acumulam neste início do ano. Então, é impossível tratar
de todos; eu vou selecionar alguns. O primeiro deles é um Projeto nosso que
cria uma Sessão Solene anual em comemoração ao Dia do Trabalhador, o 1º de
Maio. Tem sido normal, nesta Casa, que este Vereador do PCdoB tenha, todos os
anos, solicitado o Dia 1º de Maio para fazer uma comemoração, uma homenagem aos
trabalhadores. Creio que no último ano o Ver. Luiz Braz tomou a palavra e
ponderou que, pela importância dessa data, ela não deveria ser uma homenagem de
um Vereador, mas da própria Casa. Em função disso, eu tomei a iniciativa de,
neste ano, colocar o pedido de uma Sessão Solene que seja, então, organizada
pela Casa, como o Dia Internacional dos Trabalhadores, até atendendo à
ponderação do Ver. Luiz Braz. Por isso, eu espero que a Casa aprove e, tenho
certeza, com a rapidez necessária, para que neste ano não deixemos de comemorar
esse dia.
Outro
Projeto que reputamos importante é o que cria, na Cidade de Porto Alegre, Ver.
Sebenelo - tenho a certeza de que terei o seu apoio -, a Semana Municipal de
Artesanato. O artesanato é uma criação popular, é a alma do nosso povo. Todos nós
que temos alguma oportunidade de viajar - e creio que é um dos poucos luxos que
a gente busca, - quando chegamos em um outro local, eu pelo menos não vou ao
McDonald’s que tem aqui e em qualquer lugar, eu não vou num shopping center; eu pergunto onde é que há uma feira de artesanato, onde é
que tem a cultura do povo, onde posso conhecer a maneira de ser do povo - e
nesses locais que a gente busca a diferença que nos traz essas experiências de
outros países, de outros Estados e de outras cidades.
Pois
bem, nós temos uma rica tradição, uma rica cultura artesanal. Temos, Ver.
Goulart - que também se interessa por essa cultura popular - a feira do Brique,
a Artefim, a feira da Rua da Praia, a feira do Gasômetro, a feira lá da Zona
Norte e tantas outras. O Ver. Oliboni, um lutador, aprovou aqui, em alguns
casos, essas feiras. Tínhamos diversas vezes a Feira de Natal, que era uma
beleza; quando chegava na época de Natal, a gente ia lá para comprar as
lembranças.
O Sr. Aldacir Oliboni: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Nobre Ver. Raul Carrion, realmente o Projeto de V. Exª tem os seus
méritos, nós sabemos que Porto Alegre tem uma infinidade de feiras, sendo que
quatro feiras foram instituídas por Projetos deste Vereador, e muitos outros de
V. Exª, e estou propondo a V. Exª - porque na segunda-feira estarão chegando
aqui as entidades que representam o segmento - fazermos uma ampla discussão
para podermos incrementar o seu Projeto, criando a semana do artesanato em
Porto Alegre.
O SR. RAUL CARRION: Perfeitamente, já havia conversado com o
Ver. Aldacir Oliboni, ouvindo suas ponderações, temos um trabalho, uma proposta
nessa área e estou aberto a sugestões. Podemos até fazer um substitutivo
conjunto, porque esse é o espírito da Casa: construir com os artesãos, com os
Vereadores da Casa que compartilham das mesmas preocupações.
Então,
o Projeto autorizaria a que essas feiras funcionassem sete dias antes do Natal,
Ver. Luiz Braz; não é que tenham de funcionar. Querem funcionar? Se há duas
feiras no mesmo local, se comporiam e assim por diante. E nessa semana haveria
uma divulgação, uma forma de auxiliar a formação de uma consciência sobre a
importância do artesanato no nosso País.
Eu
tenho um outro Projeto, não terei tempo de estender-me sobre ele, que cria – o
Ver, Aldacir Oliboni também - o Dia Municipal da Literatura e do Folclore
Brasileiro. Exatamente no período da semana da cultura de Porto Alegre, da
literatura, no período da chamada Feira do Livro, exatamente no dia do
aniversário de nascimento do grande poeta e literato Carlos Drummond de
Andrade, dia 31 de agosto, que, infelizmente, está sendo transformado por um
setor do comércio e da indústria no dia das bruxas, no Halloween, que não tem nada que ver com a cultura brasileira! Então
vamos resgatar para o povo brasileiro, não vamos deixar a aculturação do nosso
povo por quem quer dominar o Brasil, impondo a cultura estrangeira. Vamos
resgatar Carlos Drummond, vamos resgatar a literatura, o saci-pererê, o nosso
folclore. Mas eu quero dedicar-me a isso na próxima Sessão, em que usarei da
palavra. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Renato Guimarães está com a
palavra para discutir a Pauta.
O SR. RENATO GUIMARÃES: Srª Presidente, Sras Vereadoras
e Srs. Vereadores, comunidade, eu venho destacar aqui o Projeto de iniciativa
da Prefeitura de Porto Alegre, que solicita a esta Casa que desafete da
destinação de uso comum do povo um próprio Municipal, uma área destinada, há
aproximadamente 40 anos, à área verde, à área de praça, lá na região do Jardim
Coima Sabará, que, há aproximadamente 28 anos, é ocupada como área de moradia -
para quem não conhece, é a Vila Margarita. Então, a comunidade da Vila
Margarita vem, há uns 12 anos, mobilizando-se, participando do processo do
Orçamento Participativo, participando de todas as reuniões da comunidade, com
os órgãos públicos no sentido de buscar regularização fundiária daquela área. E
está tramitando na Casa o pedido da Prefeitura para que os Vereadores mudem a
destinação daquela área, transformando-a em uma área para fins de moradia, para
que se possa fazer a regularização fundiária daquela comunidade e os seus
moradores terem a regularidade dos seus próprios, podendo melhorar a qualidade
das suas moradias, e a Prefeitura intervir em relação às ruas, abrir os
acessos, melhorar, portanto, a qualidade de vida naquela região da Vila
Margarita.
Então,
eu deixo aqui o registro para que a gente possa, a partir do dia de hoje em que
está sendo debatido em Pauta esse tema, dar prioridade para que a gente possa,
ainda dentro deste semestre, aprovar essa desafetação, e tomar os passos
seguintes, Ver. Pedro Américo Leal. Sendo aprovada, aqui na Câmara, a Lei que
muda a destinação da área, que a gente possa, junto com a comunidade e junto
com a Prefeitura, encaminhar os outros expedientes que vão estar respondendo
pela abertura dos acessos, pela melhoria da qualidade de vida de lá. Então, a
gente tem uma militância naquela região, acompanha ali no Jardim Itu-Sabará
essas problemáticas ligadas à questão da regularização fundiária e pelo
acompanhamento da luta desse povo da Vila Margarita que vem, há muito tempo,
solicitando isso – já estiveram aqui na Casa, inclusive –, a gente quer aqui
repartir essa solicitação, esse pedido.
Também
está correndo em Pauta um Projeto de autoria de uma colega nossa, da Verª
Clênia Maranhão, e eu acredito interessante de se discutir. Na realidade é um
projeto que muda a Legislação Municipal, obrigando, construindo um critério
para colocação de nomes em ruas e praças, logradouros públicos desta Cidade,
estabelecendo um percentual mínimo de colação de identidades com nomes de
personalidades femininas, tanto para praças como para ruas. Acho que é muito
interessante esse projeto, Vereadora Maria Celeste, porque há toda uma história
de uma cultura machista, centrada no sexo masculino. A luta feminista, a luta
de homens e mulheres por um mundo diferente, cada vez mais aponta - e esta Casa
é exemplo disso na figura da nossa Presidenta Vereadora Margarete - para novos
paradigmas, dentro dos quais a proposição da Vereadora Clênia se encaixa, no
sentido de que essa Casa observe, sim, garantindo um percentual de
personalidades femininas para a denominação de logradouros públicos. Eu acho
que é interessante este debate. Demarca o caminho da luta que vem-se fazendo.
Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Valdir Caetano está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR. VALDIR CAETANO: Nossa Presidenta, Vereadora Margarete
Moraes, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, público que nos assiste
pela TV Câmara e pessoas que comparecem esta tarde, aqui, nas galerias. Eu
quero aproveitar este tempo de Líder do Partido Liberal, para dizer que nós
protocolamos, aqui nesta Casa, um Projeto autorizativo ao Poder Executivo
Municipal que possibilitará instituir o sistema público de vigilância
eletrônica na Cidade de Porto Alegre, as chamadas câmaras de vídeo, a serem
instaladas não somente no Centro de Porto Alegre, mas também em alguns bairros
onde há grande concentração de pessoas, como no Bairro Cristo Redentor, na
Assis Brasil, e demais bairros de Porto Alegre, onde seria interessante que
tivéssemos as câmeras de vídeo ajudando, meu amigo Ver. Pedro Américo Leal, a
Brigada Militar, que terá mais um equipamento para ajudar na diminuição da
criminalidade na Cidade de Porto Alegre.
Tivemos
a oportunidade, por meio do programa de rádio que apresentamos às 12h30minutos,
de realizar uma enquete com as pessoas nas ruas de Porto Alegre, no Centro, e
também por meio de telefone, em que tivemos 96% de aprovação das pessoas,
dizendo que são favoráveis à instalação desses equipamentos.
Tivemos,
ainda, outra pesquisa, feita pelo programa Fala
que eu te escuto, apresentado pelo Bispo Adilson Silva, na Rede Pampa de
Televisão, em que quase todas as pessoas que ligaram, disseram ser favoráveis
às câmeras de vídeo. Somente duas pessoas ligaram dizendo ser contrárias à
instalação das câmeras de vídeo, justificando que elas tirariam o emprego dos
brigadianos.
E
nós argumentamos que não, que elas não tirariam o emprego de brigadianos, pois
assim como os brigadianos também precisam de bons equipamentos para trabalhar -
armas, munição, veículos –, as câmaras de vídeo vêm colaborar para que o brigadiano
possa executar melhor o seu trabalho.
Então,
temos a certeza, Srª Presidenta, Srs. Vereadores, de que o nosso Prefeito João
Verle, que tem bom-senso - sabemos das dificuldades financeiras do Município -,
irá repensar melhor este caso.
É
um Projeto de Lei autorizativo e acreditamos que as câmeras de vídeo, tão
sonhadas pelos porto-alegrenses, em breve, serão instaladas, para que não
somente o porto-alegrense, mas todo o povo gaúcho, quando vier ao Centro de
Porto Alegre para fazer suas compras, para passear, tenha mais segurança. Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Havendo quórum, passamos à
VOTAÇÃO NOMINAL
(encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
N.º 1821/01 – VETO TOTAL ao PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 108/01, de autoria do Ver. Sebastião Melo, que
determina ao Executivo Municipal a realização de censo habitacional.
Parecer:
- da CCJ. Relator Ver. Luiz Braz: pela rejeição do Veto Total.
Observações:
-
para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – art.
77, § 4º, da LOM;
-
votação nominal nos termos do art. 174, II, do Regimento da CMPA;
-
incluído na Ordem do Dia em 04-03-04.
Na apreciação do Veto, vota-se o Projeto:
SIM – aprova o Projeto,
rejeita o Veto;
NÃO – rejeita o
Projeto, aceita o Veto.
-
Trigésimo dia: 07-03-04 (domingo).
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Em votação nominal o PLL nº 108/01, de
autoria do Ver. Sebastião Melo. O Ver. Luiz Braz está com a palavra para encaminhar
o PLL nº 108/01, com Veto Total.
O SR. LUIZ BRAZ: Verª Margarete, Presidente desta Casa,
quero fazer minha saudação a todos os Vereadores, às senhoras e aos senhores,
em especial para o meu amigo Ernesto, Presidente do Sindicato dos Jornaleiros,
que também está acompanhando a Sessão aqui nesta tarde.
É
uma pena que num Projeto importante como este, que determina que o Executivo
faça o censo habitacional, vetado pelo Sr. Prefeito Municipal, que nós não
tenhamos a oportunidade de ouvirmos o autor do Projeto, o Ver. Sebastião Melo.
Quem
acompanhou a Sessão de ontem, como nós acompanhamos, sabe muito bem que o autor
dessa proposição, o Ver. Sebastião Melo, só não conseguiu discutir esta matéria
ontem, e não está aqui presente hoje para encaminhá-la, por motivos de saúde. O
Ver. Sebastião Melo está sem voz para falar sobre o assunto. Está nos honrando,
hoje, aqui neste plenário, substituindo o Ver. Sebastião Melo, o Paulinho da
Ruben Berta, um dos grandes líderes comunitários que nós temos aqui nesta Cidade,
e Vereador com assento aqui nesta Câmara Municipal.
Mas,
eu fico realmente com dois corações. Eu gostaria que o Ver. Sebastião Melo
pudesse estar aqui encaminhando e dizendo os seus motivos para fazer este
Projeto. Eu, particularmente, já discuti ontem durante dez minutos esta
matéria, e penso ser extremamente importante, Ver. Pedro Américo Leal, que nós
tenhamos no Município de Porto Alegre um instrumento para verificarmos o
déficit habitacional que existe aqui: em que regiões, quais são as pessoas que
realmente precisam, quais são as habitações que foram construídas até hoje,
aqui, na história do Partido dos Trabalhadores.
Eu
ouvia ontem o Ver. Reginaldo Pujol, um dos Vereadores competentes que nós temos
aqui neste plenário, como todos são muito competentes, mas o Ver. Reginaldo
Pujol tem, realmente, uma experiência muito larga, principalmente neste campo
da habitação. O Ver. Pujol fazia uma afirmação que eu, realmente, repito, Ver.
Paulinho: o Partido dos Trabalhadores faz uma afirmação de que construiu, ao
longo da sua história, nesses 16 anos, 15 mil habitações. Eu procuro essas 15
mil habitações e não as encontro. E eu sou um Vereador que percorre esta
Cidade. Quando ele falava em 12 mil, eu já não encontrava! Passou pouco tempo e
eles estão falando em 15 mil, e eu não sei onde elas estão! Eu não sei como, de
repente, o PT faz a contagem dessas habitações que ele construiu nesta Cidade e
que deveriam servir para combater o nosso déficit habitacional. Mas nós ainda
temos muitas e muitas pessoas vivendo em subabitações.
Apesar
de toda colaboração que este Plenário procura dar, quando se votam recursos
para a construção de casas, apesar de tudo aquilo que tem sido feito em matéria
de orçamento para que o DEMHAB tenha os recursos necessários para construir
habitações, apesar de tudo isso, eu não consigo enxergar todas as habitações
que o PT diz que constrói aqui nesta Cidade.
Então,
é necessário que nós tenhamos aqui um censo habitacional. Que bom que nós
tivéssemos, aqui, um censo habitacional!
Eu
até não sei por que, eu não vejo os motivos pelos quais o Partido dos
Trabalhadores se opõe a esse censo. Que nós tivéssemos, realmente, no nosso
Município, este instrumento, que eu acredito que é um instrumento extremamente
apto para nós fazermos um levantamento para verificarmos o nosso déficit, o
número de casas que foram construídas, o que precisa ser construído ainda, se
nós temos suporte para tudo isso e onde vamos buscar esses recursos. Eu acho
que seria uma oportunidade muito boa para que isso pudesse ser discutido.
Mas
o PT, a exemplo do que faz no caso da Saúde, quando bloqueia a CPI, para não
ser investigado, não quer também ser investigado, agora, com relação a esse
déficit habitacional; e procura, como sempre fez, jogar a responsabilidade para
outras esferas.
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